Quer dizer-nos que, no
Natal, celebramos o seu Nascimento em Belém, na Palestina, no tempo do Rei
Herodes! E que Maria, sua Mãe, por não terem encontrado outro lugar, O envolveu
em paninhos e O deitou numa manjedoura de uma gruta onde, por vezes,
pernoitavam animais…
S. Lucas no seu Evangelho,
explica-nos com mais pormenores o acontecimento, ao dizer que Jesus Cristo
nasceu em Belém de Judá, num momento bem determinado da História: nasceu em
tempos de César Augusto, imperador de Roma, que reinou de 30 Anos a. C. - 14
Anos d. C.
Nasceu nos dias em que se promulgou um
édito do Imperador, para que se recenseasse todo o povo do Império. Este censo
foi um acontecimento social e político.
Providencialmente, Deus serviu-se deste
decreto do imperador romano para que Maria e José se encaminhassem para Belém,
a terra dos seus antepassados, e ali nascesse o Messias, como havia sido
anunciado pelos profetas, e constava nas Escrituras.
Para lá se dirigiram levando o
imprescindível. O burrico carregava as provisões e a roupa; por vezes, servia
também de meio de transporte, levando Maria sobre o seu dorso, para que
descansasse um pouco…
Em Belém, José bateu a muitas portas mas,
diz-nos S. Lucas, que ninguém os recebeu, pelo que se viram forçados a optar
por uma gruta que servia de estábulo, nas redondezas. Ali se alojaram, com as
poucas coisas que tinham conseguido levar de Nazaré: os paninhos, alguma roupa
e pouco mais!
E, naquele lugar, depois de se ter cumprido
para a Virgem o tempo, deu à luz o seu Filho! … É, realmente, paradoxal que
Deus, o Todo-Poderoso, ao fazer – Se Homem, tenha escolhido o mais pequeno
lugar para aparecer na terra, um miserável estábulo de Belém!
Mas simultaneamente, nas redondezas, um
anjo rodeado pela luz da glória divina aparece aos pastores que, no campo,
guardavam os seus rebanhos. “Não temais”, diz-lhes o anjo, “anuncio-vos uma
grande alegria que o será para todo o povo. Hoje, na cidade de David,
nasceu-vos o Salvador, que é o Cristo, o Senhor!” Isto vos servirá de sinal:
“encontrareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura!...Enquanto
ele pronunciava estas palavras, juntou – se – lhe uma multidão do exército
celeste louvando a Deus e dizendo: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra
aos homens, de boa vontade”!...
Um sinal simples, mas para os pastores
bastou! Partiram pressurosos, levando alguns presentes para o recém-nascido,
como era costume no mundo oriental. Talvez um cordeiro, queijo e manteiga;
leite e mel, algum agasalho… Talvez uma manta!... Chegados à gruta, encontraram
tudo conforme lhes tinha sido anunciado e, caindo de joelhos, O adoraram!...
Felizes, os pastores correram a
comunicar a toda a gente de Belém o que, maravilhados tinham visto e ouvido,
conforme lhes fora anunciado: O Nascimento do Messias, o Salvador da
Humanidade!
Diz-nos S. Lucas que “Maria conservava
todas estas coisas, meditando-as no seu coração”!...
Nós também temos consciência de que
celebramos no Natal, o acontecimento mais importante da História da Humanidade!
Apesar disso, detetamos tentativas de
algum silenciamento programático, ideológico, do religioso no espaço público.
Os crucifixos têm recebido também ordem de expulsão de muitos lugares públicos,
e foi chumbada, no início, a referência ao Cristianismo na “Constituição
Europeia”…
Por outro lado, temos assistido a
tentativas diversas, de ir escondendo o Nascimento de Jesus Cristo como facto
central da história da humanidade. Veja – se, por exemplo, como o Pai – Natal
tem andado por aí, a gerar alguma confusão, sobretudo nas crianças; e algumas
outras personagens imaginárias de publicidade comercial, de cadeias de
supermercados!... Diante do pluralismo e relativismo tão em voga nas sociedades
do ocidente, é imperioso que se viva em coerência de convicções, sobretudo as
religiosas, celebrando-as pessoal e comunitariamente, com a dignidade que
requerem transmitindo, sobretudo aos mais novos, o que identifica os dias que
correm, as razões de celebrações em família e a época temporal em que se
inserem.
Por tudo isto, valorizamos e agradecemos
mais uma vez, a iniciativa “Estandartes de Natal”, como uma excelente
oportunidade para recordar e afirmar publicamente por que se celebra o Natal! O
Estandarte, com a imagem amabilíssima de Jesus Menino, que colocamos na janela
ou na varanda, recorda na sua simplicidade e humildade, que há mais de 2000
anos nasceu em Belém de Judá o Messias, o Filho de Deus, o Redentor, Aquele,
sem o qual não entendemos a vida nem a história!...
Maria Helena H. Marques
Prof.ª Ensino Secundário
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