quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Capítulo Segundo - Deus ao encontro do Homem (cont.)


Artigo 3 – A Sagrada Escritura

·         CristoPalavra única da Escritura Santa

Para Se revelar aos homens, Deus fala em palavras humanas. Através da Sagrada Escritura, Deus não diz mais do que uma só Palavra, o seu Verbo único. Por esta razão a Igreja sempre venerou as divinas Escrituras como venera o Corpo do Senhor. Nunca cessa de distribuir aos fiéis o Pão da vida, tomado à mesa quer da Palavra de Deus, quer do Corpo de Cristo. Toda a Escritura divina é um só livro e esse livro único é Cristo, porque toda a Escritura divina fala de Cristo e toda a Escritura divina se cumpre em Cristo (Hugo de São Vítor).
Na Sagrada Escritura, a Igreja encontra o seu alimento e a sua força, pois não recebe apenas uma palavra humana, mas o que ela é na realidade: Palavra de Deus.

·         Inspiração e verdade da Sagrada Escritura

Deus é o autor da Sagrada Escritura. A Igreja considera como sagrados os livros do Antigo e do Novo Testamento com todas as suas partes, porque foram escritos por inspiração do Espírito Santo, têm Deus por autor.
Os autores humanos foram inspirados por Deus para escrever os livros sagrados que ensinam a verdade, por isso se deve acreditar que os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro, a verdade que Deus quis que fosse consagrada nas sagradas Letras em ordem à nossa salvação.
No entanto, a fé cristã não é uma religião do Livro, ou seja, não é de uma palavra escrita e muda, mas sim do Verbo encarnado e vivo. Para que não sejam letra morta, é preciso que Cristo, pelo Espírito Santo, nos abra o espírito à inteligência das Escrituras.

·         O Espírito Santo, intérprete da Escritura

Na Sagrada Escritura, Deus fala aos homens em linguagem humana, portanto para a saber interpretar, é necessário prestar atenção ao que os autores realmente querem dizer sendo necessário ter em conta as condições do seu tempo e da sua cultura.
Deste modo a Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com o mesmo espírito que foi escrita. O II Concílio do Vaticano indica três critérios para uma boa interpretação da Escritura conforme ao Espírito que a inspirou:
·         Prestar grande atenção ao conteúdo e à unidade de toda a Escritura

A Escritura é una, em razão da unidade do desígnio de Deus, de que Jesus é o centro e o coração.
“Por coração de Cristo entende-se a Sagrada Escritura que nos dá a conhecer o coração de Cristo. Este coração estava fechado antes da Paixão, porque a Escritura estava cheia de obscuridades. Mas a Escritura ficou aberta depois da Paixão e assim, aqueles que desde então a consideram com inteligência, discernem o modo como as profecias devem ser interpretadas” São Tomás de Aquino

·         Ler a Escritura na tradição viva de toda a Igreja

A Sagrada Escritura está escrita no coração da Igreja mais do que em instrumentos materiais. Com efeito, a Igreja conserva na sua Tradição a memória viva da Palavra de Deus e é o Espírito Santo que lhe dá a interpretação espiritual da Escritura.

·         Estar atento à analogia da fé

Por analogia da fé entende-se a coesão das verdades da fé entre si e no projeto total da Revelação.

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