sábado, 29 de dezembro de 2012

4ª Meta: (Cont.)

II.             A criação – obra da Santíssima Trindade
“No princípio, Deus criou o céu e a terra”. Três coisas são afirmadas nestas primeiras palavras da Escritura: Deus eterno deu um princípio a tudo quanto existe fora d'Ele. Só Ele é criador e tudo quanto existe depende d' Aquele que lhe deu o ser. O Novo Testamento revela que Deus tudo criou por meio do Verbo eterno, seu Filho muito-amado. Tudo foi criado por seu intermédio e para Ele. Ele é anterior a todas as coisas, e todas se mantêm por Ele.
Insinuada no Antigo Testamento revelada na Nova Aliança, a ação criadora do Filho e do Espírito Santo, inseparavelmente unida à do Pai, é claramente afirmada pela regra de fé da Igreja: “Existe um só Deus. Ele é o Pai, é Deus, é o Criador, o Autor, o Ordenador. Fez todas as coisas por Si mesmo, quer dizer, pelo Seu Verbo e pela sua Sabedoria”. A criação é obra comum da Santíssima Trindade.
III.           O mundo foi criado para glória de Deus
É uma verdade fundamental, que a Escritura e a Tradição não cessam de ensinar e de celebrar: “O mundo foi criado para glória de Deus”. A glória de Deus está em que se realize esta manifestação e esta comunicação da sua bondade, em ordem às quais o mundo foi criado. Fazer de nós filhos adotivos por Jesus Cristo. Assim aprouve à sua vontade, para que fosse enaltecida a glória da sua graça.
IV.          O mistério da criação
Deus cria com sabedoria e por amor
Acreditamos que Deus criou o mundo segundo a sua sabedoria, mundo não é fruto duma qualquer necessidade, dum destino cego ou do acaso. Acreditamos que ele procede da vontade livre de Deus, que quis fazer as criaturas participantes do seu Ser, da sua sabedoria e da sua bondade.
Deus cria do nada
Acreditamos que Deus não precisa de nada preexistente, nem de qualquer ajuda, para criar. A criação também não é uma emanação necessária da substância divina. Deus cria livremente “do nada”:
“Que haveria de extraordinário, se Deus tivesse tirado o mundo duma matéria preexistente? Um artista humano, quando se lhe dá um material, faz dele o que quer. O poder de Deus, porém, mostra-se precisamente quando parte do nada para fazer tudo o que quer” São Teófilo de Antioquia
A fé na criação a partir «do nada» é testemunhada na Escritura como uma verdade cheia de promessa e de esperança. É assim que a mãe dos sete filhos os anima ao martírio:
“Não sei como aparecestes no meu seio; não fui eu que vos dei a respiração e a vida, nem fui eu que dispus os membros que compõem cada um de vós. Por isso, o Criador do mundo, que formou o homem à nascença e concebeu todas as coisas na sua origem, vos dará novamente, na sua misericórdia, a respiração e a vida, uma vez que vos desprezais agora a vós próprios, por amor às suas leis [...] Peço-te, meu filho, que olhes para o céu e para a terra. Vê todas as coisas que neles se encontram, para saberes que Deus não as fez do que já existia, e que o mesmo sucede com o género humano” (2 Mac 7, 22-23.28).
Uma vez que Deus pode criar «do nada», também pode, pelo Espírito Santo, dar a vida da alma aos pecadores, criando neles um coração puro e a vida do corpo aos defuntos, pela ressurreição. E como, pela sua palavra, pôde fazer que das trevas brilhasse a luz, pode também dar a luz da fé aos que a ignoram.
Deus cria um mundo ordenado e bom
Uma vez que Deus cria com sabedoria, a criação possui ordem. A nossa inteligência, participante da luz do intelecto divino, pode entender o que Deus nos diz pela sua criação, sem dúvida com grande esforço e num espírito de humildade e de respeito perante o Criador e a sua obra. Saída da bondade divina, a criação partilha dessa, porque a criação é querida por Deus como um dom orientado para o homem, como herança que lhe é destinada e confiada
Deus transcende a criação e está presente nela
Deus é infinitamente maior do que todas as suas obras. Mas, porque Ele é o Criador soberano e livre, causa primeira de tudo quanto existe, está presente no mais íntimo das suas criaturas. Segundo as palavras de Santo Agostinho, Ele é “superior summo meo et interior intimo meo — Deus está acima do que em mim há de mais elevado e é mais interior do que aquilo que eu tenho de mais íntimo”
Deus sustenta e conduz a criação
Depois da criação, Deus não abandona a criatura a si mesma. Não só lhe dá o ser e o existir, mas a cada instante a mantém no ser, lhe dá o agir e a conduz ao seu termo. Reconhecer esta dependência total do Criador é fonte de sabedoria e de liberdade, de alegria e de confiança.

Ano da Fé

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