domingo, 11 de março de 2007

Que tipo de Pais somos nós?




A autoridade na família exerce-se, basicamente, para educar os filhos; pratica-se em função de cada filho, ou melhor até em função de cada membro da família.
A autoridade é um componente de todo o amor verdadeiro que certamente exige esforço, incomodidade e perseverança.É evidente que não é um fim em si mesmo mas apenas um meio orientado para o bem daquele sobre quem ela é exercida, nunca em função da comunidade, da satisfação ou do orgulho de quem a utiliza.
A autoridade é necessária em toda a educação porque dá segurança e tranquiliza os filhos, mas é também indispensável para os formar na liberdade ensinando-os a administrar e a assumir, pouco a pouco as suas responsabilidades. As atitudes que habitualmente os pais tomam perante a educação permitem-nos estabelecer seis categorias gerais, que nos ajudam a compreender o seu estilo educativo.
1. Pais justos– Critério: compreensão-aceitação.
Exercem a sua autoridade com base na tolerância e no diálogo e concebem-na mais como um serviço aos valores do filho para conseguir obter um grande ascendente sobre ele do que como um meio de controle.– Não mandam nem discutem, nem tratam de se impor pela força; procuram, antes de mais, critérios comuns de acção tanto para eles como para os filhos._ Não tentam dirigir o modo de agir dos filhos, a não ser mediante o diálogo e a comunicação, apelando sempre à razão e à coerência, ensinando-os a descobrir as razões do seu comportamento, evitando o capricho e a irresponsabilidade.– Estão convencidos da dignidade pessoal de cada filho, do direito que cada um tem de tomar gradualmente a direcção da sua própria vida com responsabilidade e autonomia. Por isso ajudam-nos a sentir-se responsáveis dos seus próprios actos sem lhes permitir que se subtraiam às consequências naturais que sobrevierem.
2. Pais autoritários– Critério: imposição.
Tendem, compulsivamente, a julgar, a simplificar ou a impor os seus pontos de vista com pouca ou nenhuma sensibilidade perante os sentimentos ou a situação pessoal de cada filho.– Mais que a realização pessoal e o êxito dos filhos, buscam a afirmação da sua própria personalidade e o domínio despótico sobre os filhos.– Não escutam as razões, proíbem os filhos, terminantemente, de pensar e de trabalhar por conta própria, gerando neles medo e desconfiança.
3. Pais violentos– Critério: medo
São pais de mau carácter porque na sua infância foram crianças difíceis. Talvez tenham vivido a sua meninice e adolescência sob o signo do terror, submetidos à tirania de uns pais despóticos e autoritários.–As modalidades de conduta violenta apresentam uma gama muito ampla que vai desde o emprego da força física até aos abusos desonestos, passando pela agressão psíquica e falta de cuidados.– As consequências negativas são evidentes: geram nos filhos muitos sentimentos contraditórios: fortes sentimentos de rebeldia e hostilidade, em vez de sentimentos de culpa, para provocar a ira dos pais.
4. Pais legalistas– Critério: o culto da norma, da regra.
Para eles educar consiste em submeter os filhos a um conjunto de normas preestabelecidas que devem ser acatadas por si próprias, submissa e reverencialmente.– Procuram a segurança na norma, e a irracionalidade da sua atitude faz que obedeçam à norma como um tabu, de maneira mágica.–Não tomam em conta que enquanto a norma for imposta, carece de força no terreno educativo e só quando for assumida pelo filho livremente, atingirá o seu verdadeiro valor.
5. Pais permissivos– Critério: desinteresse pela educação dos filhos.
Não corrigem os filhos quando transgridem as normas mais elementares de educação e convivência; não se manifestam quando eles se portam mal nem se alegram quando se portam bem; permitem-lhes que façam tudo o que quiserem desde que não lhes compliquem a vida.– Por vezes, manifestam uma evidente falta de carácter que os leva a confundir a benevolência com a debilidade e cedem perante caprichos e exigências dos filhos.– No fundo, recusam o papel de pais e como justificação convertem-se em amigos ou camaradas dos filhos.– A consequência mais grave da educação permissiva será a falta de consciência nos filhos, pois não terão sido capazes de assimilar como sua nenhuma das normas que possam reger a sua vida.
6. Pais possessivos– Critério: excesso de protecção aos filhos.
Este tipo de pais procura, a todo o custo, evitar penas e dores que a vida lhes pode trazer. Preocupam-se ansiosamente que nada lhes falte, evitam que os filhos se esforcem ou enfrentem dificuldades e problemas facilitando-lhes a vida ao máximo. Tomam a iniciativa em vez deles, fomentando a dependência e a incompetência nos filhos.– A autoridade possessiva oprime, impede de crescer, destrói a autoestima e incapacita para a autosuficiência.
Conclusão:– A que tipo de pais pertencemos?– Como educamos os nossos filhos?– Que podemos fazer para melhorar a nossa autoridade na família? Conversemos, em casal, todas estas questões de modo a melhorarmos a nossa função de pais. Procuremos estar conscientes de que a autoridade que exercemos sobre os nossos filhos vai muito mais além do que uma chamada de atenção ou mesmo um castigo.Por meio da nossa autoridade ensinaremos aos nosso filhos o caminho que devem seguir ao longo da vida, ensiná-los-emos a viver os valores e atitudes positivas que lhes queremos inculcar, procuraremos ser um exemplo a seguir.De nós, depende formá-los num caminho recto e fazê-los homens e mulheres de bem para a nossa sociedade futura. [1]

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