sexta-feira, 23 de março de 2007
COMO SOU
quinta-feira, 22 de março de 2007
A Sinceridade
Como poderão ser sinceros os filhos que não encontram sinceridade em casa?
A sinceridade é um factor essencial para uma consciência recta.
A sinceridade implica a verdade e, às vezes, a verdade não é o que gostaríamos que fosse.
As perspectivas não são boas quando os pais não conduzem os filhos a contar o que erraram, aceitando melhor qualquer desculpa em vez da verdade, castigando, repentinamente, sem saber ouvir e medir o grau de responsabilidade.
Com isto não levam os filhos a ser sinceros. Ensinam que as mentiras compensam...
Não mentir nunca é o único caminho que conduz à sinceridade, à autenticidade das relações, conquistando os filhos para o lado dos pais.
Os pais devem ser sempre sinceros com os filhos.
Em jeito de conclusão
Na educação, o que verdadeiramente importa é que se chegue a tempo.
Educa-se a partir do berço, dos primeiros choros (para não dizer que se educa a partir da concepção...)
Lamentar-se, não serve de nada.
O importante é arrepender-se e recomeçar porque...
Todo o tempo é tempo de educar...
e o melhor tempo é, sempre, o actual.
Os Defeitos
As crianças, mais do que ninguém, conhecem muito bem os seus pais, os seus defeitos e as suas virtudes. A falta de luta contra um defeito levará a criança a não identificar um defeito, e mais do que isso, poderá levá-la a ter o mesmo defeito.
Ora, contrariamente, é vendo o modo como os pais lutam contra os próprios defeitos que aprenderão a encarar a sua própria luta. É este o principal e primordial factor na formação da consciência e no desenvolvimento do carácter.
Aprender com os erros é fundamental na educação. E mais importante ainda é procurar rectificar quando se errou e olhar sempre em frente.
Os pais só têm que ser Pais! Não lhes é exigido que sejam nem psicólogos nem génios. Basta que saibam amar os filhos e que se amem.
O testemunho fala por si.
Restrição e liberdade não são incompatíveis
Toda a energia é passível de controlo.
Através de exemplos simples os pais podem levar os filhos a perceber que pôr limites não é impedimento à liberdade.
Vejamos alguns exemplos:
– A força da água pode ser retida numa barragem para ser usada como fonte de energia;
É deste modo também que as energias humanas funcionam.
Para as podermos usar, na altura própria, quando adultos, com maior proveito e liberdade, é necessário aplicar-lhes uma série de restrições.
Analisemos, novamente, o exemplo de uma estrada.
Quem achará que a liberdade de qualquer condutor ficará limitada por obedecer e cumprir as regras e sinais de trânsito? Ora, o cumprimento delas torna-se no factor essencial para o uso real e efectivo da liberdade de cada um.
“Que é o amor?”
O amor conta com tantos ingredientes!...
(Mesmo para os casais que não puderam ter filhos isto é verdadeiro. Ser pais não é um mero acto físico).
quarta-feira, 21 de março de 2007
24 Pequenas maneiras de amar:
2 – Estudar os gostos alheios e procurar antecipá-los.
3 – Pensar bem, em princípio, de todas as pessoas.
4 – Ter a mania de fazer o bem, sobretudo aos que, teoricamente, não o mereceriam.
5 – Sorrir. Sorrir a todas as horas, com vontade ou sem ela.
6 – Multiplicar o cumprimento, inclusivé aos semiconhecidos.
7 – Visitar os doentes, sobretudo se são crónicos.
8 – Emprestar livros ainda que possam perder algum. Devolver os que tiver pedido emprestado.
9 – Fazer favores. Fazer antes que terminem de os pedir.
10 – Esquecer as ofensas. Sorrir especialmente aos que nos ofendem.
11 – Aguentar os “pesados”. Não fazer má cara ao escutá-los.
12 – Dar-se com os antipáticos. Conversar com os surdos sem se mostrar nervoso.
13 – Responder, se possível, a todas as cartas.
14 – Entreter os mais pequenos sem nunca pensar que é perca de tempo.
15 – Animar os mais velhos. Não os enganar como se fossem miúdos, mas sublinhar tudo quanto de positivo tiverem.
16 – Recordar as datas de aniversários e de factos importantes dos conhecidos e amigos.
17 – Oferecer presentes pequenos que demonstrem o carinho que se tem mas que não criem a obrigação de se ter que ser compensado com outra prenda.
18 – Responder pontualmente às chamadas, ainda que se tenha de esperar.
19– Contar aos outros as coisas boas que alguém tenha dito delas.
20 – Dar boas notícias.
21 – Não contradizer, por sistema, todos os que falam conosco.
22 – Expor as nossas razões nas discussões, mas sem as procurar impor.
23 – Mandar com tom suave. Não gritar nunca.
24 – Corrigir de modo que se note que nos custa fazê-lo.
A lista poderia ser interminável e os exemplos infinitos... Já se sabe que são minúcias. Mas, é com muitos milhões de pequenas minúcias como estas que o mundo se tornaria mais habitável.
Autor: José Luis Martín Descalzo
quarta-feira, 14 de março de 2007
Dá que pensar! [1]
Uma menina ruiva, miudita, de faces rosadas, recriminava com a sua boneca em altos gritos:
“Tonta! És uma boneca tonta!”
Um homem que por aí passava deteve-se diante dela. A pequena não se calou; parecia tão absorvida nas suas recriminações, que nem deu conta dos olhos do homem que a observavam.
– “És uma atrasada! Estou farta!...” – a menina continuava gritando.
O quadro era muito característico. O homem aproximou-se mais. Arqueou as sobrancelhas e perguntou:
– “A tua boneca sabe ouvir?”
– “Que importa!” – respondeu a pequena, com cara de enfado.
O homem ficou mudo e surpreendido. Como é que uma menina tão linda e tão pequena era capaz de responder assim aos mais velhos?
– “Ouve “– disse-lhe – “não sabias que eu sou...?”
– “Tonta!” – exclamou outra voz – “Que te disse eu antes de sair de casa, eh atrasada!? Parece que tens pedras na cabeça. Já, para a casa!”
Uma mulher jovem, exasperada, aparecia à frente do homem e da menina. Era a mãe da pequena e vinha gritando. Ao escutá-la, a ruiva miudita baixou os olhos. A sua carita encheu-se de tristeza.
– “Que esperas? Para a casa!” – rugiu a mulher de novo.
O homem contemplava tudo, boquiaberto. A última coisa que escutou foram os soluços da pobre menina, que caminhava ao lado da mãe. Assim compreendeu...
Os miúdos são os mais sofisticados aparelhos de recepção. Aprendem imitando. Imitam o que os seus olhos vêm, e o que os seus ouvidos ouvem. São como as esponjas: absorvem tudo o que se passa à sua volta, sem distinguir o mau do bom. Limitam-se a pensar: “Assim é que a mamã faz”. Todos os miúdos são as mais potentes e avançadas antenas parabólicas do nosso planet
As crianças aprendem com o exemplo!
As crianças, vítimas das separações[1]
Na Suécia realizou-se um amplo estudo epidemiológico, publicado recentemente na conceituada revista médica The Lancet (25.01.03) em que concluem que os filhos dos lares monoparentais, cada vez mais frequentes no mundo ocidental, têm mais riscos de sofrerem problemas psiquiátricos e adições do que aqueles que passam a infância e a adolescência em famílias unidas.
O estudo realizou-se com dados obtidos a partir da análise de quase um milhão de rapazes e raparigas – 65.000 filhos de pais separados e 921.000 de famílias unidas – ao longo de dez anos.
Perante estes resultados, os investigadores suecos discordam dos autores que consideram as alterações de conduta e emocionais dos filhos do divórcio como circunstanciais e de consequências passageiras. Os dados obtidos, dizem os investigadores, casam melhor com as investigações mais recentes que detectam já transtornos a mais longo prazo.
Também não interpretam que estas consequências se devam só à falta de recursos, já que na Suécia só 10% das mulheres separadas estão na taxa da pobreza. Pelo contrário, pensam que a escassa dedicação de tempo e a falta do modelo paterno – sobretudo nos rapazes – são mais determinantes.
Autoridade
Todas estas acções são funções naturais que são competência dos pais.
A autoridade tem que ser incarnada, não é um papel que se desempenha ou um fato que se usa e muito menos uma máscara que se pode pôr e tirar consoante as ocasiões. Ser uma autoridade significa estar empenhado no que faz, até ao ponto de vincular o seu próprio ser naquilo que dirige, determina, manda, ordena, concebe, etc.
Deste modo, os pais são uma autoridade para os filhos ou então não são nada.
É conveniente e necessária fazer a distinção entre ter e ser autoridade. Há pessoas que têm autoridade de função, mas não são autoridade.
Os pais não têm autoridade mas, por serem pais, são ou deveriam ser, uma autoridade para os filhos.
Porque está mal vista socialmente;
Porque têm medo dos filhos;
Porque têm medo de si próprios e do que têm de passar para serem os pais que devem ser.
Renunciar à autoridade é fácil e cómodo.
Pelo contrário, ser e ter autoridade na família custa muitíssimo.
Se um pai ou mãe quiser simpático para todos e cada um dos seus filhos, em todos os minutos da sua vida em comum, seria um péssimo pai.
Ser pai/mãe não consiste em buscar consensos, mas sim em propor metas altas aos filhos, através de uma liderança viva e autêntica, entusiasmando os filhos, motivando-os, com valores pelos quais valha a pena viver.
Educar o carácter
"Onde houver uma árvore para plantar, planta-a tu.Onde houver um erro para emendar, emenda-o tu.Onde houver um esforço que todos evitaram, fá-lo tu.Sê tu quem tira as pedras do caminho. '' (Gabriela Mistral)
Neste contexto podemos aplicar aquele provérbio universitário: “qui natura non dat, Salamanca non presta”, isto é, aquilo que a natureza não dá, nem sempre se pode conseguir com a educação, por muito boa que ela seja.
O carácter[1] não é como um título de alta linhagem, que se herda sem trabalho. O carácter vem a ser o resultado de uma luta singular que cada um tem consigo próprio, e da qual depende muito o acerto no viver. Uma luta que começa muito cedo e que fica quase decidida nesta fase de que nos ocupamos. Tanto como pai ou mãe, como se for, caro leitor, um adolescente a quem preocupa mudar o carácter, não queira deixar isso para depois, para mais tarde. Comece ainda este ano!
A educação do carácter é sempre bastante difícil, porque é algo que se forja muito no interior do rapaz e da rapariga, além de ser um problema muito pessoal .
Mas quem tem de o obter é o jovem, rapaz ou rapariga e não os pais ou educadores. O êxito da construção do carácter resulta do convicção pessoal da mudança que cada um pretende obter.
Precisamente por essa razão não é fácil destinguir quando me dirijo aos pais e quando me dirijo aos filhos. Quando parece que estou falando para os outros, pense se é útil também para si, para se por no lugar do outro, e para comentá-lo com ele. Procure encontrar o momento oportuno. Depressa chegará à conclusão de que todo o tempo empregue em falar (com verdadeira vontade de se entenderem) é tempo ganho.
Muitos são os adolescentes que gostariam de mudar, corrigir ao menos um defeito, e não conseguem porque lhes falta a força de vontade. Por exemplo, a maioria dos estudantes que reprovam gostaria de tirar boas notas, e não faltam razões para se convencerem disso.
É que a maioria da compreensão está também na vontade e nos sentimentos, e tanto uns como outros podem educar-se.
Com a educação procura-se precisamente que se aprenda a fazer um bom uso da liberdade.
[1] Formação do carácterJoão Paulo II, Mensajem, 01.01.1985. O Papa João Paulo II dirigindo-se aos jovens: "O mundo necessita de jovens que tenham bebido, em profundidade, das fontes da verdade. Precisais de escutar a verdade e, para isso é necessário a pureza de coração; é necessário comprendê-la, e para tal é preciso uma profunda humildade; é necessário que vos rendais a ela e para isso precisais da força para resistir às tentações do orgulho, da autosuficiencia e da manipulação. Deveis forjar em vós mesmos um profundo sentido de responsabilidade.
Para pensar...
Se fosses da minha idade
Antes que os teus filhos cresçam!...
Há um período na vida, em que nós, pais, ficamos órfãos dos filhos; eles crescem, independentemente dos pais, como árvores murmurantes e pássaros imprudentes.
www.catholic.net
A Autodisciplina e a Mediocridade
“Não gosto de exigir muito dos meus filhos” – dizia-me uma mãe com quem eu conversava sobre o percurso sinuoso de um dos filhos.“Conformo-me desde que não reprove, mesmo que seja aos trambolhões. Nem eu nem eles somos perfeitos. Somos simplesmente humanos. Não lhes quero amargurar a vida...”
terça-feira, 13 de março de 2007
Auto-realização
O homem, para se realizar, deve procurar um sentido para a vida fora de si próprio.
Eis um diagnóstico do psiquiatra Viktor Frankl, feito numa conferência realizada na Universidade Gabriela Mistral, em Santiago do Chile, em Junho de 1991: "Todo o ser humano projecta-se, constante e continuamente, para qualquer coisa que existe fora de si próprio, para alguma coisa que existe no mundo exterior, ou para alguém que está nesse mundo, uma pessoa, um ser amado, a quem entregue o seu amor".
Intrínseca e basicamente é isso que ele procura no mundo exterior.
Na medida em que alguém, em vez de se autocontemplar e reflectir sobre si próprio, desejar colocar-se ao serviço de uma causa superior a ele ou amar outra pessoa, acaba por se encontrar com a autotranscendência que, a meu ver, é uma qualidade essencial da existência humana.
Tudo isto tem também uma dimensão biológica. Nada disto é complicado; com um exemplo, perceber-se-á muito melhor:
A melhor forma de conseguir a realização pessoal consiste na dedicação a metas desinteressadas.
Se alguém exerce a sua profissão, faz o seu trabalho ou presta assistência à sua família, está a realizar-se sem se preocupar com a sua auto-realização. Por outras palavras, não é possível ter como metas o prazer, a felicidade ou a auto-realização.
Inicialmente, o homem nunca luta pelo prazer ou pelo poder, mas por um sentido determinado. Quando alcança esse sentido, como por exemplo a dedicação amorosa a outrém, o prazer produz-se como efeito.
Procurar, pura e simplesmente, esse caminho directo é contraproducente e vai dar sempre a um beco sem saída. Este é um fenómeno que com certeza já todos observámos de uma forma ou doutra, e por isso sabemos que é importante. É a verdadeira causa de muitas neuroses.
A mesma coisa acontece com o poder. Quando uma pessoa carece de sentido, fixa-se normalmente nos meios, isto é, no poder. Por outras palavras: tanto a vontade de poder, descrita por Adler, como o desejo de prazer, de acordo com o princípio freudiano do prazer, são o resultado de uma frustração inicial do desejo original de encontrar um sentido ou uma finalidade para a nossa existência.
(In FOCO n.º 45)
Porque
Já tinhas dito que sentias a morte perto.
Já de muitas maneiras te tínhamos agradecido,
Os outros disseram-nos aquilo que queríamos ouvir e aquilo que nos agradava,
mas nos cheiravam a esturro.
(Adaptação)
domingo, 11 de março de 2007
Leis do Diálogo
1 - “O diálogo nunca deve ser uma ventilação egocêntrica”. (J. Powell)
Que é o Diálogo?
“Uma simples conversa cordial? Ou uma discussão respeitosa e aberta?
a vontade de comunhão profunda. Em palavras mais pobres seria:
a vontade de fusão dos corações sem segundas intenções.”[1]
Que tipo de Pais somos nós?
A autoridade na família exerce-se, basicamente, para educar os filhos; pratica-se em função de cada filho, ou melhor até em função de cada membro da família.
A autoridade é um componente de todo o amor verdadeiro que certamente exige esforço, incomodidade e perseverança.É evidente que não é um fim em si mesmo mas apenas um meio orientado para o bem daquele sobre quem ela é exercida, nunca em função da comunidade, da satisfação ou do orgulho de quem a utiliza.
A autoridade é necessária em toda a educação porque dá segurança e tranquiliza os filhos, mas é também indispensável para os formar na liberdade ensinando-os a administrar e a assumir, pouco a pouco as suas responsabilidades. As atitudes que habitualmente os pais tomam perante a educação permitem-nos estabelecer seis categorias gerais, que nos ajudam a compreender o seu estilo educativo.
1. Pais justos– Critério: compreensão-aceitação.
Exercem a sua autoridade com base na tolerância e no diálogo e concebem-na mais como um serviço aos valores do filho para conseguir obter um grande ascendente sobre ele do que como um meio de controle.– Não mandam nem discutem, nem tratam de se impor pela força; procuram, antes de mais, critérios comuns de acção tanto para eles como para os filhos._ Não tentam dirigir o modo de agir dos filhos, a não ser mediante o diálogo e a comunicação, apelando sempre à razão e à coerência, ensinando-os a descobrir as razões do seu comportamento, evitando o capricho e a irresponsabilidade.– Estão convencidos da dignidade pessoal de cada filho, do direito que cada um tem de tomar gradualmente a direcção da sua própria vida com responsabilidade e autonomia. Por isso ajudam-nos a sentir-se responsáveis dos seus próprios actos sem lhes permitir que se subtraiam às consequências naturais que sobrevierem.
2. Pais autoritários– Critério: imposição.
Tendem, compulsivamente, a julgar, a simplificar ou a impor os seus pontos de vista com pouca ou nenhuma sensibilidade perante os sentimentos ou a situação pessoal de cada filho.– Mais que a realização pessoal e o êxito dos filhos, buscam a afirmação da sua própria personalidade e o domínio despótico sobre os filhos.– Não escutam as razões, proíbem os filhos, terminantemente, de pensar e de trabalhar por conta própria, gerando neles medo e desconfiança.
3. Pais violentos– Critério: medo
São pais de mau carácter porque na sua infância foram crianças difíceis. Talvez tenham vivido a sua meninice e adolescência sob o signo do terror, submetidos à tirania de uns pais despóticos e autoritários.–As modalidades de conduta violenta apresentam uma gama muito ampla que vai desde o emprego da força física até aos abusos desonestos, passando pela agressão psíquica e falta de cuidados.– As consequências negativas são evidentes: geram nos filhos muitos sentimentos contraditórios: fortes sentimentos de rebeldia e hostilidade, em vez de sentimentos de culpa, para provocar a ira dos pais.
4. Pais legalistas– Critério: o culto da norma, da regra.
Para eles educar consiste em submeter os filhos a um conjunto de normas preestabelecidas que devem ser acatadas por si próprias, submissa e reverencialmente.– Procuram a segurança na norma, e a irracionalidade da sua atitude faz que obedeçam à norma como um tabu, de maneira mágica.–Não tomam em conta que enquanto a norma for imposta, carece de força no terreno educativo e só quando for assumida pelo filho livremente, atingirá o seu verdadeiro valor.
5. Pais permissivos– Critério: desinteresse pela educação dos filhos.
Não corrigem os filhos quando transgridem as normas mais elementares de educação e convivência; não se manifestam quando eles se portam mal nem se alegram quando se portam bem; permitem-lhes que façam tudo o que quiserem desde que não lhes compliquem a vida.– Por vezes, manifestam uma evidente falta de carácter que os leva a confundir a benevolência com a debilidade e cedem perante caprichos e exigências dos filhos.– No fundo, recusam o papel de pais e como justificação convertem-se em amigos ou camaradas dos filhos.– A consequência mais grave da educação permissiva será a falta de consciência nos filhos, pois não terão sido capazes de assimilar como sua nenhuma das normas que possam reger a sua vida.
6. Pais possessivos– Critério: excesso de protecção aos filhos.
Este tipo de pais procura, a todo o custo, evitar penas e dores que a vida lhes pode trazer. Preocupam-se ansiosamente que nada lhes falte, evitam que os filhos se esforcem ou enfrentem dificuldades e problemas facilitando-lhes a vida ao máximo. Tomam a iniciativa em vez deles, fomentando a dependência e a incompetência nos filhos.– A autoridade possessiva oprime, impede de crescer, destrói a autoestima e incapacita para a autosuficiência.
Conclusão:– A que tipo de pais pertencemos?– Como educamos os nossos filhos?– Que podemos fazer para melhorar a nossa autoridade na família? Conversemos, em casal, todas estas questões de modo a melhorarmos a nossa função de pais. Procuremos estar conscientes de que a autoridade que exercemos sobre os nossos filhos vai muito mais além do que uma chamada de atenção ou mesmo um castigo.Por meio da nossa autoridade ensinaremos aos nosso filhos o caminho que devem seguir ao longo da vida, ensiná-los-emos a viver os valores e atitudes positivas que lhes queremos inculcar, procuraremos ser um exemplo a seguir.De nós, depende formá-los num caminho recto e fazê-los homens e mulheres de bem para a nossa sociedade futura. [1]
Os limites de ser Pais
Dei-te a vida, mas não posso vivê-la por ti.
Posso ensinar-te muitas coisas, mas não posso obrigar-te a aprender.
Posso dirigir-te, mas não responsabilizar-me pelo que fazes.
Posso levar-te à Igreja, mas não posso obrigar-te a acreditar.
Posso instruir-te no mau e no bom, mas não posso decidir por ti.
Posso dar-te amor, mas não posso obrigar-te a aceitá-lo.
Posso ensinar-te a compartilhar, mas não posso forçar-te a fazê-lo.
Posso falar-te do respeito, mas não te posso exigir que sejas respeitoso.
Posso aconselhar-te sobre as boas amizades, mas não posso escolher por ti.
Posso educar-te sobre a sexualidade, mas não posso manter-te puro.
Posso ensinar-te acerca da vida, mas não posso construir a tua reputação.
Posso dizer-te que o licor é perigoso, mas não posso dizer não por ti.
Posso aconselhar-te sobre as drogas, mas não posso evitar que as uses.
Posso exortar-te para a necessidade de ter metas altas, mas não posso alcançá-las por ti.
Posso ensinar-te acerca da bondade, mas não posso obrigar-te a ser bondoso.
Posso advertir-te do pecado, mas não posso fazer de ti uma pessoa de carácter.
Posso amar-te como a um filho, mas não posso colocar-te na família de Deus.
Posso falar-te de Jesus, mas não posso fazer que Jesus seja o teu Senhor.
Posso explicar-te como viver, mas não posso dar-te a vida eterna. [1]
sexta-feira, 9 de março de 2007
Queridos Mãe e Pai
Não sei muito bem por que comecei a escrever isto.
E também não sei por que o faço em forma de carta, como se fosse mesmo possível estar a dizer-vos estas coisas... como se fosse possível que as escutassem. Deve ser porque há alturas na vida em que fazemos um balanço, ou em que sentimos necessidade de descobrir sentidos, de pensar em causas e consequências. E há pensamentos que só ganham a sua dimensão dentro de nós quando os dizemos a alguém, ainda que seja só assim como o estou a fazer.
É claro que a mãe e o pai são as pessoas a quem mais devo e por quem tenho uma grande gratidão! Aliás, como poderia ser de outra forma?
É claro que o que vou dizer não é uma crítica... até porque não sei se eu teria sido capaz de fazer melhor caso estivesse no vosso lugar. O que fizeram por mim tem muitíssimo mais valor (está noutro plano) do que aquilo que não fizeram.
Esta carta é assim como pensar em voz alta! Por isso, sei que não me levarão a mal se pudessem ler estas palavras.
Procuraram, desde criança, tornar-me a vida fácil. O vosso amor levou-vos a afastarem de mim os obstáculos e os esforços. Mas também afastaram alguma possibilidade de eu conseguir adquirir alguma experiência, também a possibilidade de me tornar uma pessoa corajosa. Foi muito mais tarde que aprendi a perder... que soube que a vida não podia ser exactamente como desejava... que compreendi que devia adaptar-me, ceder, crescer dentro de mim para alcançar objectivos.
Como me custou então!... Tive de aprender tudo isto, não nas coisas pequenas da infância, mas nas grandes; não naquilo que teria remédio fácil, mas no que não tinha remédio; não dentro das paredes acolhedoras do lar, mas na grande casa, cheia de vento, da vida.
E ainda não aprendi totalmente. Ainda sou muitas vezes a figura da desilusão. Há muitos dias em que viver me enraivece. Deram-me tantas coisas!... Ainda agora me vêm por vezes à lembrança as roupas bonitas que vesti, os brinquedos que me deliciaram, as guloseimas...e tantas, tantas coisas que me deram!...
Por que não me deram o vosso tempo? Como eu seria agora feliz se tivéssemos vivido na rua, numa barraca, à chuva talvez, mas abraçados, cantando, apoiando-nos uns nos outros!...
Pai, se tu soubesses quantas coisas te quis contar e não pude!...
Para que queria eu uma televisão no quarto?... E jogos electrónicos?... Não passaram de parênteses na minha vida: tempo que perdi, tempo que me foi roubado, tempo em que estive só, completamente só!
Eu agora sei bem que os melhores brinquedos são os irmãos. Brinquedos vivos, que dão e recebem, que nos fazem crescer e crescem também pelas nossas mãos. Que se transformam depois em grandes amigos para toda a vida, em companhia sempre presente de uma maneira ou de outra, em refúgio e em estímulo. Em algo que fica quando se perde tudo aquilo a que nos conduziu a nossa loucura, quando se perde o que o tempo nos vai levando.
E se soubessem como me tem custado relacionar-me com outras pessoas: colegas, companheiros, amigos... Se eu tivesse tido irmãos, teria aprendido desde muito cedo a limar essas arestas normais da convivência. Saberia desde muito cedo o que é um rapaz, uma rapariga, uma mulher, um homem.Há coisas tão difíceis, que nenhum livro ensina!...
Por que não me deram irmãos?...
Há dias li num jornal uma senhora dizer que só tinha tido um filho porque ter outro era muito caro. Não acredito em que, no nosso caso, tenha sido por uma razão como esta!... Lembro-me muito bem de me terem ensinado que devemos ser generosos.
Mãe, tu fizeste contas? Fizeste contas, pai? Como quando compraram o automóvel?
Eu também não teria existido se naquela altura tivéssem alguns uns euros a menos no banco?
É possível que eu seja resultado das vossas contas e não do vosso amor?
É claro que não acredito!...
Sempre me ensinaram que o amor resolve todos os problemas. Hoje fico por aqui. Em breve vos escreverei de novo.
Autor: Paulo Geraldo
(Adaptação)
Vai ...
Para realizar aquilo que já te disseram que não podia ser feito.
Para alcançar a estrela inalcançável.
Essa será a tua tarefa: alcançar essa estrela. Sem quereres saber quão longe ela se encontra;nem de quanta esperança necessitarás;nem se poderás ser maior do que o teu medo.
Apenas nisso vale a pena gastares a tua vida.
Para carregar sobre os ombros o peso do mundo.
Para enxugar todas as lágrimas ou para lhes dar um sentido luminoso.
Levarás a tua juventude a lugares onde se pode morrer, porque precisam lá de ti. Pisarás terrenos que muitos valentes não se atreveriam a pisar.
Partirás para longe, talvez sem saíres do mesmo lugar.
Para amar com pureza e castidade.
Para devolver à palavra "amigo" o seu sabor a vento e rocha.
Para ter muitos filhos nascidos também do teu corpo e - ou - muitos mais nascidos apenas do teu coração.
Para dar de novo todo o valor às palavras dos homens.
Para descobrir os caminhos que há no ventre da noite.
Para vencer o medo. Não medirás as tuas forças.
Ele, que vigia o sono das crianças e coloca nos seus olhos uma luz pura que apetece beijar, é também guerreiro forte.
Verás a tua mão tocar rochedos grandes e fazer brotar deles água verdadeira.
Saberás que, sendo tu nada, és capaz de uma flor no esterco e de um archote no escuro.
Para sofrer aquilo que não sabias ser capaz de sofrer.
Para viver daquilo que mata. Para saber as cores que existem por dentro do silêncio.
Continuarás quando os teus braços estiverem fatigados.
Olharás para as tuas cicatrizes sem tristeza. Tu saberás que um homem pode seguir em frente apesar de tudo o que dói, e que só assim é homem.
Para gritar, mesmo calado, os verdadeiros nomes de tudo.
Para tratar como lixo as bugigangas que outros acariciam.
Para mostrar que se pode viver de luar quando se vai por um caminho que é, principalmente, de cor e espuma.
Levantarás do chão cada pedra das ruínas em que transformaram tudo isto.
Uma força que não é tua nos teus braços. Beijá-las-ás e voltarás a pô-las nos seus lugares.
Para ir mais além.
Para passar cantando perto daqueles que viveram poucos anos e já envelheceram.
Para puxar por um braço, com carinho, esses que passam a tarde sentados em frente de uma cerveja.
Dirás até ao último momento: "ainda não é suficiente".
Disposto a ir às portas do abismo salvar uma flor que resvalava.
Disposto a dar tudo pelo que parece ser nada.
Disposto a ter contigo dores que são semente de alegrias talvez longe.
Para tocar o intocável,
Para haver em ti um sorriso que a morte não te possa arrancar,
Para encontrar a luz de cuja existência sempre suspeitaste,
Para alcançar a estrela inalcançável.
(Adaptação)
Os Dez Mandamentos de um filho a seus pais
1 – As minhas mãos são pequenas, por favor, não esperem perfeição quando faço a cama, quando faço um desenho ou lanço a bola. As minhas pernas são pequenas, por favor, caminhem mais devagar para que eu vos possa acompanhar.
Papá, educa-me!
“Não me dês tudo o que te peço. Às vezes só peço para ver até que ponto consegues ceder.
Teu filho