Depois de longa, árdua e difícil
caminhada, eis que surge o dia 8 de Março comemorado, pelas Nações Unidas a
partir de 1975, como Dia Internacional da Mulher!
A luta pela igualdade entre os sexos,
masculino e feminino no que se refere a direitos e deveres, foi dura e cruenta,
demarcada pela morte de mulheres que, em
tempos difíceis, deram a sua vida pela consecução desse ideal.
Recordamos Olympe Marie de Gouges,
guilhotinada em 1791 por pretender que a Declaração de Direitos do “homem e do
cidadão” se aplicasse também às mulheres.
Em 8 de Março
de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve
ocupando a fábrica, reivindicando a redução de um horário de mais de 16 horas por
dia, para 10 horas. Estas operárias, que recebiam menos de um terço do salário
dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarou um
incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas.
Em 1908, mais de 14 mil mulheres marcharam
nas ruas de Nova Iorque, exigindo o mesmo que as operárias no ano de 1857, bem
como o direito de voto. Adotaram o slogan “Pão e Rosas”; em que o pão
simbolizava a estabilidade económica e as rosas uma melhor qualidade de vida.
Em 1910, numa conferência internacional
de mulheres, realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas
mulheres, comemorar o dia 8 de Março como “Dia Internacional da Mulher”.
É graças a elas, que existe atualmente
uma igualdade, pelo menos formal, reconhecida em Carta Magna , que
permite o acesso a qualquer dos trabalhos realizados pelos homens.
Mas apesar da evolução, foram dados
passos insuficientes, quando, no início do século XX, o movimento feminista se
ocupou apenas dos benefícios e não preveniu os prejuízos da libertação. Ficou
claro que neste árduo processo para a igualdade, as mulheres sofreram danos
colaterais, ao deixarem pelo caminho algo que lhes é consubstancial: a essência
feminina, a feminilidade.
Foram assumidos de forma espontânea e sem
queixa, os modos masculinos, considerando-os justos e oportunos e que deviam
ser imitados para conseguir a igualdade. Este objetivo foi sendo procurado a
troco do sacrifício da alma feminina, como contrapartida de serem aceites no
universo masculino, imitando, inclusivamente, os seus comportamentos e maneiras
de vestir.
As feministas para a igualdade dos anos
70, com o pensamento de Simone de Beauvoir como bandeira, e os defensores do atual
feminismo “de género”, foram conseguindo que a sociedade assumisse que a ideia
de trabalhar em casa, ser boa esposa e mãe é um atentado contra a dignidade da
mulher, algo humilhante que a degrada, escraviza e impede de desenvolver-se em plenitude. E que para
ser uma mulher moderna, era preciso libertar-se previamente do jugo da
feminilidade, em especial da maternidade, entendida como um sinal de repressão
e subordinação: a tirania da procriação...
Esta ideologia entrou nas instâncias
políticas, provocando o desprestígio e o desrespeito para com as mulheres que
trabalham em casa ou cuidam dos seus filhos, estigmatizando-as, considerando-as
nada produtivas para a sociedade.
Ao contrário, aquelas mulheres que
renunciam à maternidade ou ao cuidado personalizado dos seus filhos, desde os
primeiros dias de vida aparecem, perante alguma opinião pública como heroínas,
autênticas mulheres modernas, que, “sem perderem o tempo” na atenção dos seus
familiares, se entregam plenamente à sua profissão, pelo que sacrificam tudo o
que as liberta… Mas longe do mundo idealizado de mulheres que gozam exultantes
da sua elevada vida profissional, encontramos na vida real muitas mulheres que,
apesar do seu enorme êxito profissional, se sentem pessoalmente frustradas e
insatisfeitas, cansadas de imitar os modos masculinos...
Estas mulheres anunciam à sociedade, um
verdadeiro feminismo. Mulheres que sobejamente têm demonstrado ser tão capazes
como qualquer homem de chegar ao topo da carreira profissional de forma
brilhante e eficaz, mas que não querem disfarçar-se de homens, mas antes, ao
contrário, querem ser elas mesmas.
Flexibilidade;
imaginação; cooperação; expressividade emocional; afectividade; pragmatismo;
capacidade de improvisação; visão contextual; são algumas das capacidades sociais inatas da mulher – em
parte acentuadas pela maternidade – que segundo os especialistas, serão um
valor acrescentado praticamente em todos os setores da economia do século XXI.
O novo
feminismo defende um reconhecimento social para o trabalho da mulher, cuja
forma de ver a vida e compreender a realidade é um valor inquestionável que
terá de se refletir em umas condições laborais favoráveis, não idênticas às dos
homens; com uma especial atenção à maternidade que, longe de ser opressiva, é
na maioria dos casos profundamente libertadora, enriquecedora e que torna a
mulher um ser ainda mais pleno.
A mulher
atingirá a sua plena realização existencial quando se comportar com
autenticidade e respeito pela sua condição feminina. Ser verdadeiramente
Mulher, é realizar na Vida, a sua vocação, a sua missão integral – no Mundo, na
Família e na Igreja – sempre de acordo com os planos do Criador!
Maria Helena Marques
Prof.ª Ensino
Secundário
Sem comentários:
Enviar um comentário