NÃO SOMOS
NÓS QUE NOS FAZEMOS CRISTÃOS
"(...)Uma
segunda consequência daquilo que eu disse é
que
nós não nos fazemos
cristãos.
Tornar-se cristão não é algo que deriva
de uma
minha decisão: «Agora faço-me cristão».
Sem dúvida, também a minha decisão é
necessária,
mas é sobretudo uma acção de Deus
comigo:
não
sou eu que me faço cristão,
mas eu
sou assumido por Deus,
guiado
pela mão por Deus e assim,
dizendo «sim» a esta acção de Deus, torno-me cristão.
Tornar-se cristão, num certo
sentido,
é passivo: eu não me faço
cristão,
mas é
Deus quem me faz um homem seu,
é Deus
quem me toma pela mão
e
realiza a minha vida numa nova dimensão.
Do mesmo modo como não sou eu que me
faço
viver a mim mesmo, mas é a vida que me é
dada;
nasci
não porque me fiz homem,
mas
nasci porque o ser homem me foi dado.
E este facto do
passivo,
de não
nos fazermos cristãos sozinhos,
mas de
termos sido feitos cristãos por Deus,
já inclui um pouco o mistério da
Cruz:
só morrendo para o meu
egoísmo,
saindo de mim mesmo,
posso ser cristão.
CONGRESSO ECLESIAL DA DIOCESE DE ROMA
"LECTIO DIVINA" DO PAPA BENTO
XVI
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