A Beleza pode ser definida como uma
percepção individual, caracterizada normalmente, pelo que é agradável aos
sentidos.
Deste modo, o fenómeno do belo
apresenta-se-nos com diversas vertentes de tal modo diferenciadas, que não é
possível oferecer uma definição exata e exaustiva do conceito de beleza, sem o
risco de unilateralidade.
A beleza, como a
verdade, é sempre polifónica, harmonicamente complexa e dinâmica.
Consequentemente, é imprescindível conceder a este
conceito uma certa margem de liberdade, de modo a poder saturar-se de sentido,
à medida que se submetem a análises pormenorizadas as diversas formas do belo.
Ao dispor de um conceito de beleza tão cheio de significado, é possível
precisar o seu sentido radical e, consequentemente, o seu alcance.
A Beleza foi descrita
por S. Tomás de Aquino, filósofo italiano do século XIII, pelos seus efeitos.
“Belo é aquilo cuja contemplação agrada”, escreve ele.
É uma definição
bastante clara, embora existam muitas outras, completas e também verdadeiras...
Assim, podemos
organizar-nos citando três níveis de beleza capazes de provocar deleite no ser
humano:
·
Beleza inteligível, própria da vida espiritual e
que está vinculada à verdade e bondade moral. A conduta honesta de uma pessoa,
por exemplo, costuma despertar admiração e agrado em quem a aprecia. O oposto
dessa beleza, é a fealdade própria da mentira.
·
Beleza natural, a que procede dos seres e
objectos. Por exemplo, uma planta de estrutura delicada, uma pessoa com traços
harmónicos, um animal robusto e ágil são capazes de provocar deleite. Como
estes, outros atributos naturais como o funcionamento dos órgãos humanos e a
ordem com que as formigas se organizam para armazenar alimentos, podem ser apreciados
como belos.
·
Beleza artificial, como produto da criação
humana, no qual o homem tenta plasmar algo belo, como nas obras de arte.
Podemos referir como exemplo também a música, o cinema, as artes plásticas em
geral, a literatura e tantas outras manifestações artísticas.
Todos estes níveis
de beleza estão presentes nas próprias pessoas, objectos e circunstâncias, como
parte integrante dos seus atributos.
Maria Helena H. Marques
Professora do Ensino
Secundário
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