domingo, 15 de julho de 2012

O fenómeno do "Belo" (I)

      A Beleza pode ser definida como uma percepção individual, caracterizada normalmente, pelo que é agradável aos sentidos.
      Deste modo, o fenómeno do belo apresenta-se-nos com diversas vertentes de tal modo diferenciadas, que não é possível oferecer uma definição exata e exaustiva do conceito de beleza, sem o risco de unilateralidade.
      A beleza, como a verdade, é sempre polifónica, harmonicamente complexa e dinâmica.
Consequentemente, é imprescindível conceder a este conceito uma certa margem de liberdade, de modo a poder saturar-se de sentido, à medida que se submetem a análises pormenorizadas as diversas formas do belo. Ao dispor de um conceito de beleza tão cheio de significado, é possível precisar o seu sentido radical e, consequentemente, o seu alcance.
      A Beleza foi descrita por S. Tomás de Aquino, filósofo italiano do século XIII, pelos seus efeitos. “Belo é aquilo cuja contemplação agrada”, escreve ele.
 É uma definição bastante clara, embora existam muitas outras, completas e também verdadeiras...
      Assim, podemos organizar-nos citando três níveis de beleza capazes de provocar deleite no ser humano:
·         Beleza inteligível, própria da vida espiritual e que está vinculada à verdade e bondade moral. A conduta honesta de uma pessoa, por exemplo, costuma despertar admiração e agrado em quem a aprecia. O oposto dessa beleza, é a fealdade própria da mentira.
·         Beleza natural, a que procede dos seres e objectos. Por exemplo, uma planta de estrutura delicada, uma pessoa com traços harmónicos, um animal robusto e ágil são capazes de provocar deleite. Como estes, outros atributos naturais como o funcionamento dos órgãos humanos e a ordem com que as formigas se organizam para armazenar alimentos, podem ser apreciados como belos.
·         Beleza artificial, como produto da criação humana, no qual o homem tenta plasmar algo belo, como nas obras de arte. Podemos referir como exemplo também a música, o cinema, as artes plásticas em geral, a literatura e tantas outras manifestações artísticas.
      Todos estes níveis de beleza estão presentes nas próprias pessoas, objectos e circunstâncias, como parte integrante dos seus atributos.

Maria Helena H. Marques
Professora do Ensino Secundário

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