Ensinar ou aprender? Aprender ou ensinar?
Era esta a questão que serviu de pretexto à mobilização dos contributos de Vgotski e outros pedagogos no sentido de se discutir se estávamos, ou não, perante uma falsa questão.
Em conclusão, podemos referir que consideramos a valorização do acto de aprender aqui expressa, como uma opção que confere uma maior centralidade ao aluno no âmbito do processo ensino-aprendizagem, assim como a atribuição de um outro papel aos professores porque, deste modo, os termos da relação entre o ensino e a aprendizagem são concebidos em função de outros pressupostos.
Por tudo isto, as interrogações formuladas remetem-nos para a necessidade da articulação entre o ensinar e o aprender que implica que se tenha de afirmar mais uma vez que as perspectivas inovadoras não pressupõem a recusa do acto de ensinar.
Procurando sintetizar brevemente a análise que nos propusémos desenvolver em redor do binómio "motivação/dificuldades de aprendizagem" e que se tem vindo a revelar como o fio condutor desta reflexão, somos levados a admitir que estas duas grandezas variam na razão inversa.
O termo motivação é definido como o processo que provoca certo comportamento, mantém a actividade ou a modifica e tem por fim estabelecer conexão entre o que o professor pretende ensinar e os reais interesses dos alunos.
É, por outro lado, incontestável que muitos alunos, face á proposta curricular, têm vindo a manifestar dificuldades crescentes de aprendizagem quer de natureza cognitiva quer de natureza afectiva.
Sendo assim, os objectivos da EDUCAÇÃO deverão ter como prioridade a formação de alunos que sejam...
- autónomos
- auto-suficientes
- seguros de si mesmos
- capazes de tomar decisões
- que se aceitam a si próprios
- que se sintam bem consigo mesmos
- que encontrem a sua própria identidade na crise de adolescência
- que saibam orientar-se
- que saibam intervir no seio de uma sociedade em permanente mutação
Para isso é necessário desenvolver, previamente e de forma continuada, um auto-conceito e uma auto-estima intensamente positivos assentes no esforço por conseguir a excelência académica e as virtudes.
Assim a auto-estima surgirá como que por si própria. Assumir a sua transcendência é um pressuposto determinante de eficácia.
Portanto... MOTIVAR é promover nos alunos
- o auto-conceito académico
- a auto-estima
- a capacidade de resolução da maior parte das dificuldades de que seriam portadores
- o verdadeiro sucesso educativo
- a auto-realização pessoal e social.
Maria Helena Henriques Marques
Professora do Ensino Secundário
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