domingo, 6 de maio de 2007

Aprender, reflectindo e comunicando




O processo de aprendizagem, em qualquer fase da vida, pode ser definido, de forma sintética, como o modo de os seres adquirirem novos conhecimentos, desenvolverem competências e mudarem o comportamento.
Assim, diz-se que há aprendizagem quando o comportamento sofre modificações aumentativas de carácter, mais ou menos permanentes, em resultado de uma actividade, de um adestramento particular ou de uma observação. De uma forma mais geral, aprender é adquirir conhecimentos sobre a base de representações repetidas.

A aprendizagem não é um tipo específico de actividade. É uma mudança que ocorre no organismo, em consequência de diversos tipos de actividades, mostrando-se, como um pós-efeito: uma actividade posterior é diferente por causa de uma actividade anterior. Por isso, são tão numerosas as variedades da aprendizagem humana, como o são as diferentes experiências por que o homem passa ao longo da vida. Não é, pois, um processo próprio da infância e da juventude.

A aprendizagem constitui um dos terrenos mais frutíferos e activos da experimentação psicológica que se justifica pela grande importância que tem em todas as formas e variedades da educação.
  • Aprendizagem intelectual

Ainda que cada passo da aprendizagem apresente um problema a resolver, é indubitável que, adquirir conhecimentos, é uma actividade de um nível psicológico mais elevado que o necessário para aprender habilidades sensório-motoras. Na aprendizagem intelectual, a consecução da meta tem de se realizar através de actividades específicas superiores: raciocínio, observação das relações, apreensão das ideias e generalização.

Neste tipo de aprendizagem o papel da inteligência é fundamental: organiza e estrutura o material que deve ser apreendido. Este, salvo raras excepções, possui forma e significado; por isso, o principal valor educativo consiste em conseguir este significado. Pode-se dizer que quem aprende de forma lógica vai captando gradualmente o significado do material e, ao mesmo tempo, vai-o organizando e relacionando com outros conhecimentos que já tinha; quem o faz de uma forma mecânica não realiza uma aprendizagem consequente pois não emprega os esforços necessários mesmo sendo suficientemente inteligente para compreender. O que aprende, mecanicamente, não suscita uma ressonância significativa na personalidade. A aprendizagem mecânica ocorre a cargo da memória.

Uma importante função da escola e a da orientação escolar, é o de ensinar a estudar, a fim de que os alunos apliquem os princípios de um estudo eficaz, sabendo realizar uma aprendizagem lógica, mais que memorística pois, do ponto de vista da retenção do aprendido, a primeira (aprendizagem lógica) tem grandes vantagens sobre a segunda (aprendizagem memorística).

A aprendizagem é o processo de alteração de conduta de um indivíduo, por condicionamento operante, experiência ou ambos, de uma forma razoavelmente permanente. As informações podem ser absorvidas através de técnicas de ensino ou até pela simples aquisição de hábitos. O acto ou vontade de aprender é uma característica essencial do psiquismo humano, pois somente este possui o carácter intencional, ou a intenção de aprender; é dinâmico, por estar sempre em mutação e procurar informações para a aprendizagem; é criador, por procurar novos métodos visando melhorar a própria aprendizagem, por exemplo, pela tentativa e erro.

Um outro conceito de aprendizagem é uma mudança relativamente durável do comportamento, de uma forma mais ou menos sistemática, ou não, adquirida pela experiência, pela observação e pela prática motivada. Não há dúvida de que a motivação tem um papel primordial na aprendizagem.

Ninguém aprende se não estiver motivado, se não desejar aprender!





Maria Helena Henriques Marques
Professora do Ensino Secundário

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