domingo, 6 de maio de 2007

Leis da aprendizagem




1 - Motivação

A pedagogia científica considera que a aprendizagem activa, em contraste com a aprendizagem passiva (ser instruído), é psicologicamente mais adequada para conseguir maior rendimento e assimilação.

A aprendizagem depende das leis da motivação, da activação da vontade de retenção, do efeito positivo que traz consigo o conhecimento do êxito e da experiência dos resultados satisfatórios, do exercício ou prática – que é indispensável – e da organização do material apreendido, a fim de que esteja bem integrado no esquema geral de conhecimento do sujeito.

Também há variados factores que influenciam a aprendizagem, mas todos eles têm uma clara projecção para o rendimento, aumentando-o ou diminuindo-o. Além dos factores intelectuais já assinalados, há que considerar factores psicológicos pessoais como a atenção que se considera, muitas vezes, “factor selectivo” com uma função fundamental; e as atitudes de boa disposição que facilitam a aprendizagem.

Outros factores como as motivações e incentivos são determinantes no processo de aprendizagem, porque têm sempre repercussões positivas ou negativas...

As pressões sociais, sob qualquer forma, são factores condicionantes da aprendizagem e alargam-se a toda e qualquer situação educativa. Salientamos, por exemplo: má nutrição, privação de experiências precoces, códigos linguísticos familiares restritos e valores e estratégias educativas inadequadas.

A personalidade do aluno que exerce uma acção catalítica é determinante uma vez que a força impulsora é a vontade inexorável da pessoa de se ultrapassar a si mesma. O dinamismo básico do homem é a sua auto-realização. A experiência tem vindo a demonstrar que determinados métodos modernos de ensino são mais eficazes do que por exemplo, algumas técnicas tradicionais que, mesmo excelentes, já fizeram a sua época...

2 - Influências da globalização e do desenvolvimento tecnológico

Vivemos um profundo e acelerado processo de mudanças e transformações que nos têm desafiado a encontrar novas maneiras de pensar e agir em muitas áreas da actividade humana. A globalização e o desenvolvimento tecnológico fazem-nos cidadãos do mundo, alteram valores e relações sociais, tendentes a transformar verdades absolutas em relativas e trazem grande complexidade e incertezas...

A velocidade e o carácter permanente destas mudanças, e a quantidade de informações disponíveis demandam do homem, cada vez mais, uma nova postura e o desenvolvimento de habilidades para conviver e compreender a sociedade, a chamada sociedade do conhecimento.

A habilidade mais importante na determinação do padrão de vida de uma pessoa, já se tornou a capacidade de aprender novas destrezas, de assimilar novos conceitos, de avaliar novas situações e de lidar com o inesperado.

Deste modo, com a valorização do conhecimento, da criatividade e a exigência de novas habilidades e competências, torna-se URGENTE continuar a repensar a educação, caracterizada como processo contínuo e permanente.

Educar, para esta sociedade, significa

  • dominar e transcender os recursos tecnológicos,
  • desenvolver a capacidade de questionar,
  • de analisar criticamente e tomar decisões,
  • desenvolver competências para enfrentar situações inesperadas e
  • desenvolver valores éticos e morais permitindo ao cidadão harmonizar os conteúdos aprendidos na escola com a cultura de um mundo globalizado...

Estas mudanças implicam novas fórmulas de conceber a educação, pois o sentido da escola está na transformação da vida e da sociedade.

Assim, de uma educação que enfatizou durante anos a transmissão de conteúdos, a instrução, o “empurrar” informações para os alunos, devemos mudar para

uma educação que crie ambientes de ensino/aprendizagem, em que o educando é agente activo do seu processo de aprender, “puxa” informações, processa e constrói o seu conhecimento por meio de actividades significativas e contextualizadas.


Esta mudança aponta para um novo paradigma em educação, que enfatiza a aprendizagem como processo contínuo de elaboração pessoal do conhecimento.

Maria Helena Henriques Marques
Professora do Ensino Secundário

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