Tesouro estruturado em vários pilares,
cujos conceitos fundamentam a educação do século XXI, uma educação direcionada
para uma educação integral, que visa os diversos tipos de aprendizagem.
Aprender a conhecer, através da
aquisição dos instrumentos de conhecimento. Instrumentos imprescindíveis a uma
aprendizagem assente em raciocínios lógicos, na compreensão, dedução e memória,
ou seja, sobre os processos cognitivos por excelência. O ideal deverá ser o de
encarar a educação, não apenas como um meio para um fim, mas também como um fim
em si mesmo. Uma finalidade que desperta a sede de desenvolver o pensamento
dedutivo e intuitivo, permitindo – lhe chegar às suas próprias conclusões e a
aventurar-se por outros domínios do saber e do desconhecido.
Se o aprender a conhecer nos confere as
bases teóricas das questões, o aprender a fazer apetrecha-nos com a formação
técnico – profissional indispensável para que possamos transformar as teorias
em realidades práticas. Assim sendo, aprender a conhecer e a realizar é
importante, mas não o é menos o saber comunicar. Não apenas para reter e
transmitir informação, mas também para interpretar e selecionar as torrentes de
informação, muitas vezes contraditórias, com que somos bombardeados
diariamente.
A convivência com os outros é um domínio
de excelente aprendizagem que consiste num dos maiores desafios para os
educadores, uma vez que atua no campo das atitudes e valores. Cabe neste campo
o combate ao conflito, ao preconceito, às rivalidades tradicionais. Trata-se de
apostar numa educação como veículo de paz, respeito mútuo e sociabilidade…
No aprender a ser, situa-se uma
aprendizagem derivada dos outros tipos, que tem como objetivo o desenvolvimento
integral da pessoa, espírito e corpo, sensibilidade, sentido estético,
responsabilidade pessoal, espiritualidade.
Aprender a ser, como e onde?
Não existem receitas mágicas, mas
salientamos três âmbitos fundamentais em que se desenrola a ação educativa, com
a pretensão de vislumbrar algumas chaves da educação do caráter moral que, não
o esqueçamos, é o objetivo mais importante da ação educativa.
O âmbito primordial por excelência, é a
Família. A intensa componente afetiva da relação familiar estrutura, com uma
força irrepetível, e normalmente desde o seu nascimento, o caráter de uma
pessoa. O que se aprende no lar marca, se não de forma absoluta, marca de forma
indelével, a personalidade.
No que se refere ao papel da família na formação
do caráter das crianças e jovens, deparamos na atualidade com dificuldades
acrescidas resultantes da desestruturação da família à mercê sobretudo da
`praga` do divórcio e do fenómeno dos lares mono – parentais em crescimento
abrupto nos últimos anos.
Por outro lado, o trabalho profissional
da mulher e o aumento das horas de trabalho, faz com que os filhos desfrutem
cada vez menos da companhia e do afeto de seus pais. O que significa, sem
dúvida, que os pais perdem também muitas oportunidades de ir formando o caráter
de seus filhos…
Desde o ponto de vista social, impõe-se o
esforço geral no sentido de fortalecer a família e de facilitar aos pais a
conciliação do trabalho com a sua vida familiar. Não podem demitir-se das suas
funções de primeiros educadores dos seus filhos. De inculcar-lhes hábitos de
ordem, de esforço e trabalho para conseguirem as coisas que pretendem, de
domínio das suas apetências… Um âmbito que neste momento histórico goza de uma
grande relevância educativa, são os produtos da indústria do entretenimento,
veiculados e difundidos, sobretudo, pelos meios de comunicação social. Produtos
a que se tem dado pouca importância no que se refere ao caráter educativo das
histórias, das narrativas que incidem na imaginação, emoções e afetos dos
meninos e dos jovens! O que, em qualquer caso, não se pode perder de vista é
que a educação do caráter moral é um objetivo educativo irrenunciável que
requer, com sentido de urgência a cooperação dos Pais, em primeiro lugar, da
Escola e dos grandes Promotores da ficção…
Maria
Helena Marques
Prof.ª Ensino
Secundário
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