quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Sintetizando: "FÉ e CULTURA - II


O Papa Bento XVI numa alocução dirigida aos Bispos brasileiros que se encontravam no Vaticano, referiu-se à importância da cultura, ressaltando “que o pensamento se dirige para dois lugares clássicos onde a mesma se forma e comunica – a universidade e a escola – fixando a atenção, principalmente, nas comunidades académicas que nasceram à sombra do humanismo cristão e nele se inspiraram, honrando-se da designação de `católicas` “.

      A escola, assinalou o Papa, é chamada a promover a unidade entre fé, cultura e vida, que constitui a finalidade fundamental da educação cristã “. Um objetivo que o Papa considera que deve ser concretizado através de uma “convicta sinergia com as famílias e com a comunidade eclesial”.

      Num outro momento em que Bento XVI se dirigia aos membros da Fundação Sagrada Família de Nazaré, reiterou que a fé é amiga da razão e convidou os cristãos a tecerem um diálogo profundo com a cultura.

      Salientou também que a verdade e o amor “são inseparáveis “, o que determina que nenhuma cultura pode estar contente consigo mesma enquanto não descobrir que deve estar atenta às necessidades reais profundas do homem e de todo o homem”.

      Bento XVI afirmou ainda que “os conteúdos da revelação de Jesus são concretos e um intelectual cristão deve estar sempre pronto a comunicá-los quando dialoga com aqueles que estão em busca de soluções capazes de melhorar a existência e de responder à inquietação que atinge todo o coração humano.

      Um intelectual cristão “deve cultivar sempre em si a admiração por essa verdade de fundo”, que facilitando “a adesão ao espírito de Deus” nos impele, ao mesmo tempo, a “servir os irmãos com pronta disponibilidade”.

      Cultura, fé, comunicação são três realidades entre as quais se estabelece uma relação de que depende o futuro da nossa civilização, chamada a expressar-se sempre mais completamente na sua dimensão planetária.

      A cultura é, em síntese, um modo específico do existir e do ser do homem. E o homem é o sujeito e o artífice da cultura, nela se expressa e nela encontra o seu equilíbrio.

      A fé é o encontro entre Deus e o homem. É um dom de Deus ao qual deve corresponder a decisão do homem…

      A cultura, como dimensão racional e social da existência humana, iluminada pela fé, exprime também a plena comunicação do homem com Deus e, em contacto com as verdades reveladas por Deus, encontra mais facilmente o fundamento das verdades humanas que promovem o bem comum.

      Assim, a síntese entre cultura e fé não é apenas uma exigência da cultura, mas também da fé.
      Uma fé que não se torna cultura é uma fé não plenamente acolhida, não inteiramente pensada, não fielmente vivida.
Maria Helena H. Marques
Prof.ª Ensino Secundário - AP
 

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