O Papa Bento XVI numa alocução
dirigida aos Bispos brasileiros que se encontravam no Vaticano, referiu-se à
importância da cultura, ressaltando “que o pensamento se dirige para dois
lugares clássicos onde a mesma se forma e comunica – a universidade e a escola
– fixando a atenção, principalmente, nas comunidades académicas que nasceram à
sombra do humanismo cristão e nele se inspiraram, honrando-se da designação de
`católicas` “.
A escola, assinalou o Papa, é chamada a
promover a unidade entre fé, cultura e vida, que constitui a finalidade
fundamental da educação cristã “. Um objetivo que o Papa considera que deve ser
concretizado através de uma “convicta sinergia com as famílias e com a
comunidade eclesial”.
Num outro momento em que Bento XVI se dirigia aos
membros da Fundação Sagrada Família de Nazaré, reiterou que a fé é amiga da
razão e convidou os cristãos a tecerem um diálogo profundo com a cultura.
Salientou também que a verdade e o amor
“são inseparáveis “, o que determina que nenhuma cultura pode estar contente
consigo mesma enquanto não descobrir que deve estar atenta às necessidades
reais profundas do homem e de todo o homem”.
Bento XVI afirmou ainda que “os conteúdos
da revelação de Jesus são concretos e um intelectual cristão deve estar sempre
pronto a comunicá-los quando dialoga com aqueles que estão em busca de soluções
capazes de melhorar a existência e de responder à inquietação que atinge todo o
coração humano.
Um intelectual cristão “deve cultivar
sempre em si a admiração por essa verdade de fundo”, que facilitando “a adesão ao
espírito de Deus” nos impele, ao mesmo tempo, a “servir os irmãos com pronta
disponibilidade”.
Cultura, fé, comunicação são três
realidades entre as quais se estabelece uma relação de que depende o futuro da
nossa civilização, chamada a expressar-se sempre mais completamente na sua
dimensão planetária.
A cultura é, em síntese, um modo
específico do existir e do ser do homem. E o homem é o sujeito e o artífice da
cultura, nela se expressa e nela encontra o seu equilíbrio.
A fé é o encontro entre Deus e o homem. É
um dom de Deus ao qual deve corresponder a decisão do homem…
A cultura, como dimensão racional e
social da existência humana, iluminada pela fé, exprime também a plena
comunicação do homem com Deus e, em contacto com as verdades reveladas por
Deus, encontra mais facilmente o fundamento das verdades humanas que promovem o
bem comum.
Assim, a síntese entre cultura e fé não é
apenas uma exigência da cultura, mas também da fé.
Uma fé que não se torna cultura é uma fé
não plenamente acolhida, não inteiramente pensada, não fielmente vivida.
Maria Helena H. Marques
Prof.ª Ensino Secundário - AP
Sem comentários:
Enviar um comentário