Mas para além dos princípios, fazem falta
os conselhos para formar uma família capaz de atravessar todas as dificuldades
da vida, uma família fundada sobre um amor verdadeiro, e não sobre o egoísmo.
O Matrimónio, é uma vocação cristã, e
entre as vocações às quais os homens estão chamados pela Providência, o
matrimónio é uma das mais nobres e elevadas. Pelo matrimónio, o homem e a
mulher tornam-se colaboradores de Deus na obra da criação e são chamados a
santificar-se mutuamente, recebendo ao mesmo tempo, a missão de formar, pela
educação, o coração, a inteligência e a vontade dos filhos que lhes são
confiados, até chegar o dia em que aqueles estão finalmente capazes de se
conduzirem por si próprios.
O Casamento foi instituído por Deus! Não
foi estabelecido por uma lei humana, nem inventado por alguma civilização. Ele
antecede toda a cultura, tradição, povo ou nação. É uma instituição divina.
O casamento não é uma sociedade entre
duas partes, onde cada uma coloca as suas condições. Deus é quem estabelece as
condições, não o homem ou a mulher. Nem os dois de comum acordo. Nem as leis do
país. Quem se casa deve aceitar as condições estabelecidas por Deus. E não há
nada a temer porque, como sabemos, Deus é amor e infinitamente sábio.
* O fundamento do Casamento
A base do casamento é a
vontade comprometida pelo pacto mútuo, e não o amor sentimental.
* O Amor
Em nossos dias, existe o conceito
generalizado de que o amor sentimental é a base do casamento. Certamente que o
amor sentimental é um ingrediente importante do casamento, mas não é a sua
base.
Deus não poderia estabelecer algo tão
importante sobre uma base tão instável como os sentimentos. Na realidade, muito
do que se chama de “amor”, é egoísmo disfarçado. O amor romântico, busca a
satisfação própria ou o benefício que pode ter através do outro.
Diversas razões podem modificar os nossos
sentimentos: problemas de convivência, maus – tratos, faltas de caráter do
cônjuge, o surgimento de alguém mais interessante, etc. Depois de algum tempo,
muitos casamentos chegam a esta triste conclusão: “Já não nos amamos. Devemos
separar-nos”.
*A
vontade comprometida
Quando um homem e uma
mulher se casam, fazem um pacto, uma aliança. Comprometem a sua vontade para
viverem unidos até que a morte os separe. Deus responsabiliza-os pela decisão
(Ec 5.4-5; Mt 5.37).
Nem sempre podemos controlar os nossos
sentimentos, mas a nossa vontade, sim. Quando os sentimentos “balançarem”, o
casamento manter-se-á firme pela fidelidade ao pacto matrimonial. Cristo é o nosso
Senhor e a nossa vontade está sujeita à dele. Desta maneira, ainda que
atravessemos momentos difíceis, a unidade matrimonial não estará em perigo.
*O
Casamento é que sustenta o amor
Anda em voga um conceito errado: “acabou o
amor, acabou o casamento”. Mas a vontade de Deus é que todos os casados se
devem amar. É um mandamento. Deus não diz que o casamento subsiste enquanto
durar o amor. Os cônjuges podem desobedecer a Deus e não se amarem, todavia
isto não invalida a união. Deus diz que eles devem amar-se porque estão unidos
em casamento (CI 3,19; Tt2.4).
O verdadeiro amor (ágape) existe quando
alguém pensa no bem do outro, quer fazê-lo feliz, nega-se a si mesmo, dá-se,
suporta, perdoa, etc. Com este entendimento, o verdadeiro amor aflora, cresce e
torna-se estável. Este tipo de amor não anula o amor romântico, mas santifica,
embeleza, e torna-o durável (CI4.10).
* O
Casamento é Sagrado e Indissolúvel
“ Por isso deixará o homem a seu pai e
sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne. Portanto o que
Deus uniu não o separe o homem” Mc 10.7 – 9).
* Divórcio?
Deus exige lealdade
ao pacto matrimonial por isso, aborrece o divórcio…
“Pois eu detesto o
divórcio, diz o Senhor Deus de Israel” MI 2. 14-16.
* Recasamento?
“Quem repudiar sua mulher e casar com
outra, comete adultério contra aquela. E se ela repudiar seu marido e casar com
outro, comete adultério”Mc 10. 11 – 12.
Entretanto, sobre este processo
dinâmico do amor conjugal, incidem de modo sensível as pressões externas
desagregadoras, que querem abalar a indissolubilidade do vínculo matrimonial.
Então, esses fatores desagregadores deverão ser firmemente combatidos, com o objetivo
de ser consolidada a estabilidade familiar.
As pressões externas podem ser motivadas
por salário insuficiente ou desemprego; pela propaganda escrita, falada e
televisiva (filmes, telenovelas, etc), que incentiva a busca desenfreada do
prazer, do conforto material, e do sucesso pessoal...
Mas os esposos, unidos por Deus, estão
acima de tudo chamados a preservar e procurar juntos a felicidade ameaçada,
reforçando o seu pacto de amor conjugal…
Maria Helena Marques
Prof.ª Ensino Secundário
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