Hoje,
como nos tempos de Jesus, o Natal não é um conto para crianças, mas a resposta
de Deus ao drama da humanidade em busca da paz verdadeira.
Recordamos a passagem do profeta Miqueias,
que trata da vinda do Messias, explicando que o Natal é “uma profecia de paz
para cada homem”, para os homens de boa vontade! Recorda que, sobretudo os
cristãos, se devem empenhar seriamente, em serem construtores e “semeadores de
paz e alegria”.
Por tudo isto, esta profecia deve
empenhar-nos a intrometer-nos no que parece fechado, nos dramas frequentemente
ignorados e escondidos, e nos conflitos do ambiente em que vivemos, adoptando
os sentimentos de Jesus, para sermos, em todos os lugares, instrumentos e
mensageiros da paz.
Aos cristãos cabe-nos “levar o amor onde
há ódio, perdão onde há ofensa, alegria onde há tristeza e verdade onde há erro”,
conforme uma conhecida oração franciscana.
Ele mesmo, Jesus, será a paz. Cabe a cada
um de nós abrir o coração, destrancar as portas para acolhê-lo. Aprendamos de
Maria e de José: coloquemo-nos com fé ao serviço do desígnio do Senhor. Ainda
que não compreendamos plenamente, confiemo-nos à Sua sabedoria e bondade.
Busquemos primeiro o Reino de Deus e a Providência nos ajudará...
Fixando-nos especialmente, na situação da
Terra Santa e de Belém, a cidade natal de Jesus Cristo, admitimos que se trata
de “ uma cidade – símbolo da paz, na Terra Santa e no mundo inteiro”.
Mas infelizmente, em nossos dias, esta
não representa uma paz alcançada e estável, mas uma paz trabalhosamente
procurada e esperada.
No entanto, não podemos
resignar-nos a esta situação e, por isso, também este ano em Belém e no mundo
inteiro, se renovará na Igreja o Mistério do Natal.
Mistério do Natal! Proposta de salvação para
todos os homens, de todos os tempos, de todos os lugares!
Alegria e paz, a mensagem mais forte do
Natal! Por isso, tal como os pastores de Belém, também cada um de nós é
convidado a alegrar-se porque “nasceu para nós, o Salvador do Mundo”!
Acreditamos escutar uma mensagem
transbordante de alegria e digna de todo o apreço: “Cristo Jesus, o Filho de
Deus, nasceu em Belém de Judá!”
Apesar dos “pesares”, dos problemas que
nos preocupam, não pode haver lugar para a tristeza, quando acaba de nascer a
vida; a mesma que acaba com o temor da mortalidade, e nos infunde a alegria da
imortalidade prometida…
Ninguém deve sentir-se afastado da
participação em semelhante gozo; é património comum, um motivo de júbilo!
A presença do Menino Deus é o amor no
meio dos homens; o amor de que andam tão necessitados todos: desde os
governantes aos governados e, sobretudo, aqueles que pretendem convencer-se de
que estão satisfeitos de tudo…
Ao contemplá-lo no Presépio
meditemos e, sobretudo, agradeçamos este grande mistério; agradeçamos a Deus o
seu desejo de abaixar-se até nós para fazer-se entender e amar, e para que nós
nos decidamos a fazer-nos também “como meninos, para podermos assim entrar um
dia no reino dos céus”…
Da “cátedra” de Belém, o Menino do
Presépio, ensina-nos e aponta-nos o caminho da humildade e simplicidade, para
que sejamos capazes de reconhecer e acolher Jesus Cristo nas nossas vidas!
O sentido teológico da vinda de Cristo
não destrói por si só a moldura festiva e a poesia do Natal, mas a redimensiona
e a coloca em seu justo contexto: Jesus que nasce é a” Palavra de Deus que se
faz carne” (cf. Missal Dominical, pág. 80).
No dia 25 de Dezembro celebramos o Natal
percebendo-o como um tempo de aprofundar, contemplar e assimilar o Mistério da
Encarnação do Filho de Deus; como tempo de reconciliação, quando devemos
afastar de nós o ódio, o rancor, o ressentimento e a inveja; tempo de recuperar
os princípios da vida cristã, refletindo o verdadeiro significado do Natal,
sempre muito evocado, mas pouco meditado; tempo de compreender que Deus armou a
sua tenda entre nós; o céu desceu à terra. Por amor do Pai fomos contemplados
com o maior presente: Jesus na Gruta de Belém!
Natal é o tempo oportuno para chegar até
aos irmãos e irmãs, amigos e amigas, para simplesmente lhes dizer, tendo Cristo
no coração: Feliz Natal!...
Prof.ª do Ensino Secundário
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