quarta-feira, 22 de julho de 2015

Papa Francisco preside ao Encontro Internacional de Idosos e Avós

 
      O evento ocorrerá no próximo dia 28 de setembro, no Vaticano, será organizado pelo Pontifício Conselho para a Família e tem como objetivo  refletir sobre a importância dos idosos na sociedade.
      O encontro entre os idosos e o Papa terá como tema “ A Bênção da Vida Longa” partindo do pressuposto que a terceira idade não é um `naufrágio`, mas sim uma vocação. Uma vocação sobre a qual é necessário refletir adequadamente chamando a atenção de todos para a importância desta fase da vida humana, explicando que os idosos não devem ser somente objeto de atenção ou de cuidados, mas também de uma nova perspetiva de vida.
      É por demais evidente que a sociedade atual tem necessidade de valorizar e promover o diálogo entre os jovens e os idosos tendo em atenção que os avós têm muita sabedoria a passar para as novas gerações.
      O Papa Francisco tem vindo a falar sobre o papel dos avós na família dizendo que “a oração dos idosos é uma riqueza “ para a Igreja e “uma grande injeção de sabedoria para toda a sociedade humana, demasiado ocupada e distraída”.
      Pela força das circunstâncias que temos vivido nos últimos tempos, o papel dos avós na família tem sido reforçado ao ser-lhes atribuída a tarefa de cuidar dos seus netos para permitir que os pais das crianças trabalhem fora. As avós emergem, nesse cenário, como personagens centrais na vida das suas famílias, participando ativamente nos cuidados com as crianças e proporcionando apoio afetivo e, muitas vezes financeiro para seus filhos e netos.
      As ameaças ou ruturas que de forma clara afetam a vida de grande número das nossas famílias, põem em destaque a “força reconfortante e o seguro apoio moral” dos avós transmitindo valores perenes às novas gerações.
      Por outro lado, chama também a nossa atenção a realidade de os anciãos nos recordarem que a vida na terra é uma parábola com um início, um desenvolvimento e um fim, e que para achar a plenitude da vida, ela deve ter como referência valores perduráveis e não valores efémeros.
      Por tudo isto, em vez de votados ao abandono ou esquecimento, ultrapassados pela cultura dominante em muitos setores da sociedade, que não vê para lá do material ou do benefício imediato, os mais idosos devem ser reconhecidos como um recurso positivo para a família e para toda a sociedade.
      São os fiéis depositários de uma memória coletiva que pode ajudar a contemplar com esperança o presente e o futuro; são intérpretes privilegiados de ideais e de valores comuns que regem a convivência civil; são idóneos para compreender a complexidade da vida desde os acontecimentos que tiveram de afrontar, e ensinam de forma convincente a evitar os erros do passado.
      Acontece com frequência que nos países de tradição católica os avós tenham vindo a ter um novo papel na transmissão da fé. Este papel dos avós na família e na Igreja, foi também abordado por Bento XVI na audiência que concedeu aos participantes de uma assembleia.
      Sublinhou que “a velhice, com os problemas ligados também aos novos contextos familiares e sociais, por causa do desenvolvimento moderno, deve ser avaliada com atenção e sempre à luz da verdade sobre o homem, sobre a família e sobre a comunidade. Há que reagir sempre com força àquilo que desumaniza a humanidade”.
      O Papa Emérito reiterou que os avós “continuam a ser um testemunho de unidade, de valores baseados na fidelidade a um único amor que gera a fé e a alegria de viver”.
    Referindo-se ao evento em preparação para o próximo vinte e oito de setembro, o Papa Francisco criticou o “cinismo” de alguns idosos que perderam o sentido do seu testemunho, desprezam os jovens e não comunicam a sabedoria de vida, apesar de “as palavras dos avós terem sempre algo de especial para os jovens”. Aquelas “que a minha avó me confiou por escrito no dia da minha ordenação sacerdotal – revelou – ainda as tenho comigo”. E concluiu desejando “uma Igreja que desafia a cultura do descartável com a alegria transbordante de um novo abraço entre jovens e idosos”.

 

                                                                                                                    Maria Helena Marques
Profª Ensino Secundário
 


 
           

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