A eutanásia é um termo de origem grega
que significa boa morte ou morte sem dor; corresponde ao ato de
provocar deliberadamente a morte a um doente incurável para que, através deste
falso ato piedoso, se ponha fim ao seu sofrimento.
Tudo indica que a Assembleia da República
se prepara para discutir a legalização da Eutanásia… Mas à semelhança de outros
acontecimentos mais ou menos recentes, não podemos esperar, que a discussão
seja séria. A legalização da eutanásia conduz a um caminho perigoso, pois, como
por vezes já ouvimos, há quem defenda, diante dos custos crescentes da saúde,
que a medicina deveria suspender os tratamentos mais onerosos a alguns indivíduos,
– por exemplo começando pelos idosos, doentes incuráveis, etc. – concedendo –
lhes o “ falso benefício” de uma morte abreviada…
Não
há dúvida de que numa sociedade onde muitas vezes, se atropelam os outros pela
ganância e corrupção, tudo pode servir de motivação. E por detrás desta
aparente morte misericordiosa, corremos o risco de poderem estar interesses
economicistas, pois ao Estado interessa ver-se livre destes encargos de saúde
que considera inúteis.
Outro argumento utilizado para a
legalização da eutanásia, que não passa de uma falsidade ridícula, é o de que
estas pessoas têm direito a uma morte digna, como se a morte daqueles que
decidem de forma corajosa enfrentar os inúmeros sofrimentos e provações que a
doença lhes acarreta, fosse uma morte indigna…antes pelo contrário! São heróis
e heroínas!
É bom ter presente que os defensores da
eutanásia partem do pressuposto errado que a vida humana não tem sempre o mesmo
valor, uma vez que se encontra afetada pelo sofrimento, associado a uma doença
incurável que a torna indigna e prescindível…
É lamentável que
esta mesma justificação, tenha sido utilizada pelos nazis já há muitos anos
atrás, para aplicarem o seu programa de eugenismo e eutanásia, durante o qual
os médicos nazis assassinaram muitos milhares de doentes considerados como
“incuráveis”.
Fica claro que a eutanásia contradiz a
própria ética médica, porque se opõe ao grave dever do médico de permanecer ao
lado da vida, respeitando-a e procurando preservá-la em todas as situações. A
eutanásia é, de verdade, uma compaixão falsificada…. As súplicas dos doentes
graves que pedem a morte são, na maioria dos casos, pedidos de ajuda, de afeto,
de carinho e de solidariedade. Necessitam do apoio humano e espiritual adequado
ao momento de provação. É petição de ajuda para continuar a esperar, quando
todas as esperanças humanas se desvanecem, exceto a de que “ a vida humana não
se acaba, apenas se transforma “…
Para um correto juízo moral sobre a eutanásia,
é necessário antes de mais, defini-la com clareza. Por eutanásia, em sentido
verdadeiro e próprio, deve entender-se como uma ação ou uma omissão que por sua
natureza e na intenção causa a morte, com o fim de eliminar qualquer dor…
S.
João Paulo II, diz: “Feitas estas distinções, de acordo com o Magistério dos
meus Predecessores, e em comunhão com os Bispos da Igreja Católica, confirmo
que a eutanásia é uma grave violação da Lei de Deus, enquanto eliminação
deliberada e moralmente inaceitável, de uma pessoa humana”.
Assim, é por demais evidente, que a
eutanásia deve considerar-se como uma falsa piedade, mais ainda, como uma
preocupante `perversão` da mesma. Não
resta qualquer dúvida de que a verdadeira, a genuína `compaixão` nos torna
solidários com a dor dos demais, e não elimina a pessoa cujo sofrimento é difícil
suportar.
Depois de uma análise clarividente e
detalhada, o Papa João Paulo II demonstrou estar esperançado na vitória da
“cultura da vida”, sobre a “cultura da morte”. E concluiu: “ Não faltam sinais
que já antecipam essa vitória nas nossas sociedades e culturas”…
Maria
Helena Marques
Prof.ª Ensino Secundário
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