quarta-feira, 22 de julho de 2015

Laudato Si! 2ª Parte

Parte II

No 3.º Capítulo deparamos com a raiz humana da crise ecológica.

Trata-se de uma análise crítica ao mundo tecnocrata, salientando que a tecnologia avança levando o homem a produzir mais, consumir e explorar mais não se traduzindo em melhor qualidade de vida. Ao contrário, provoca uma cultura do descarte, do imediatismo, que dá origem a muitas mazelas que vemos hoje, como o abandono de idosos, tráfico de seres humanos, e o flagelo do aborto. Mas é evidente que a aposta deve ser sempre nas pessoas: “renunciar a investir nas pessoas para se obter maior receita imediata é um péssimo negócio para a sociedade”. (128).

No Capítulo 4, chegamos ao centro da novidade que o Papa Francisco deseja que a Igreja traga à discussão ecológica. Para o Papa a “Ecologia integral” é definida como uma ecologia “que integre o lugar específico que o ser humano ocupa neste mundo e as suas relações com a realidade que o circunda”. (15). Isto é, não se trata apenas de natureza, mas do homem, inserido em toda a realidade.

O Capítulo 5 ao propor linhas de orientação e ação manifesta-se como um momento primordial. Depois de grande diagnóstico e aprofundamento das causas do problema ecológico, o Papa propõe ação, criticando a forma de discussão atual, que gera “muito falatório e pouca efetividade”.

Diz: “As Cimeiras mundiais sobre o ambiente dos últimos anos não corresponderam às expetativas. .Mas o ponto de chegada torna evidente que a discussão sobre ecologia não pode ser pensada apenas como tema científico e ideológico, sabendo que “a realidade é superior à ideia”.

Por tudo isto, no último capítulo somos todos convocados para uma “Conversão Ecológica”, que faça com que nos empenhemos na solução não apenas de questões relativas à natureza, mas principalmente às que se relacionam com o homem e a sua qualidade de vida. Fica claro que o caminho a ser seguido é o da educação: através da escola, da família, meios de comunicação e catequese. (213).

Por último, o Papa Francisco chama cada um de nós a contribuir com a sua parte. Não por uma questão ideológica, mas “entendendo que cada pequeno passo faz parte de uma grande conversão…porque uma ecologia integral é feita também de simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração e do egoísmo”.

Assim, a situação atual não significa uma tragédia anunciada, mas um desafio para cuidarmos da casa comum e uns dos outros com a inabalável esperança de que se é grande a ameaça, é maior ainda a oportunidade de solução dos nossos reais problemas ecológicos…
 
Maria Helena Marques
Prof Ens secundário


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