Conhecemos a definição
de fé que no-la apresenta como uma virtude teologal que inclina a nossa
inteligência, sob o influxo da vontade e da graça, a dar assentimento às verdades
reveladas, por causa da autoridade de Deus.
A fé é, por isso, antes de tudo um ato de
inteligência pois trata-se de conhecer uma verdade. Mas como esta verdade não é
intrinsecamente evidente, não é possível a nossa adesão sem o influxo da
vontade que ordena à inteligência que dê o seu assentimento. É assim, afinal,
que a fé se torna um ato livre, sobrenatural e meritório…
Um ato elevado, que dá sentido à vida
porque nada há maior ou mais bonito do que ter Deus como fim e como significado
de todas as metas humanamente atingíveis: na família, trabalho profissional,
oração, etc.
Compreendemos que bastantes pessoas
tenham uma ideia defeituosa, equivocada, ou negativa sobre a fé e a religião.
Porquê?
Sem dúvida, diversos fatores contribuirão
para isso: porque a explicamos mal, ou de modo negativo, desordenado, e com uma
linguagem ininteligível…Também se vem tornando evidente que algumas pessoas não
têm a mínima disposição para escutar, ponderar e refletir. Dizem que, à
partida, não lhes interessa porque no fundo vêem a vida de fé como antiquada ou
algo obscuro, negativo e triste. Mas ao contrário é fonte de alegria, bela e
sempre atual.
Uma parte da beleza radica na harmonia
interior da pessoa, que a leva a discernir com lucidez e liberdade acerca do
que é primordialmente, o cristianismo: uma identificação com Alguém, sumamente
amável e livre: Jesus Cristo, que é Deus feito Homem!
Recordamos como no início do Ano da Fé, o
Papa Bento XVI se referiu à importância do Concílio Vaticano II na vida da
Igreja. Citando João Paulo II, apresentou este evento eclesial “como a grande
graça de que a igreja beneficiou no século XX: nele foi-nos oferecida uma
bússola segura para nos orientar no caminho do século XXI que se abria.
Uma grande parte dos documentos do
Concílio Vaticano II, a que devemos regressar “são também uma bússola para o
nosso tempo que permite à igreja de Jesus Cristo avançar pelo mar dentro, no
meio de tempestades ou com ondas calmas e tranquilas para navegar com segurança
e chegar à meta”.
Bento XVI realçou a sua participação
pessoal nesse evento como uma experiência única onde viu uma igreja viva com
vários milhares de Padres conciliares de todas as partes do mundo, à escuta do
Espírito Santo, o verdadeiro motor do Concílio, onde se tocava concretamente a
universalidade da Igreja.
Exprimindo o pensamento de S. João XXIII
no discurso de abertura do Concílio, disse: “O Papa desejava que a igreja
Católica refletisse sobre a sua fé, sobre as verdades que a guiam, delineando
de modo novo a relação entre o cristianismo e certos elementos essenciais do
pensamento moderno, não para se conformar com ele, mas para apresentar a este
nosso mundo, que tende a afastar-se de Deus, a exigência do Evangelho em toda a
sua grandeza e em toda a sua pureza”.
Alertando-nos para a importância e
possibilidade de redescobrir em cada dia a beleza da fé, o Papa Bento XVI,
animou-nos a testemunhá-la com a coerência da vida sendo assim capazes de
“preencher os anseios mais profundos da alma “ das pessoas.
É, sem dúvida, o elemento central do
cristianismo e o que dá um sentido profundo à existência. Um sentido que não
pode ser construído ou comprado pelo homem mas recebido como um puro dom porque
é iniciativa de Deus. É um dom de Deus a que devemos aderir sempre com
humildade e gratidão perante as suas propostas…
Cabe-nos também demonstrar a todos com a
nossa vida a força e a beleza da fé. Com ela tornamo-nos magnânimos levando-nos
à prática da caridade. Encontramos os seus conteúdos no Catecismo da Igreja
Católica podendo fazer deles vida e testemunho na família, na escola, no grupo
de amigos, na comunidade…
Maria Helena Marques
Prof.ª Ensino Secundário
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