Estamos ainda nos
primórdios do século XXI, um tempo que se tem revelado propício para girar à
volta da realidade que é a Família.
Que mais poderemos dizer? Por exemplo,
podemos reafirmar que a família é a primeira escola do amor verdadeiro, que
terá de se desenvolver, ao longo da vida.
Para muitas pessoas, a família vem
sofrendo de uma crise de identidade; mas o que verdadeiramente acontece é o
desconhecimento dos seus rasgos fundamentais, equiparando-a a qualquer
construção humana, a qualquer convencionalismo social, transitório, presente em
uma determinada cultura.
Por isso é importante sublinhar também
que a instituição familiar é um bem duradouro, perdura e perdurará ao longo dos
séculos e dos milénios…Àqueles que anunciaram o final da família, o seu
enterro, responde Chesterton com a frase seguinte: “ a Família já acabou de
enterrar os seus prováveis enterradores”…
A perdurabilidade da família pode ser
analisada, por contraste, na existência de famílias destroçadas, uniões de
facto, alianças concubinárias, adoção de meninos…
Estas situações humanas, que respeitamos,
têm sempre como padrão o matrimónio e a família monógama constituída por um
único homem e uma única mulher, que unem as suas vidas para sempre…O Matrimónio
e a Família têm um claro perfil essencial: “No desígnio de Deus Criador e
Redentor, a família (Pai, Mãe, Filhos), descobre não somente a sua
“identidade”, o que “é”, mas também a sua “missão”, o que pode e deve “fazer”.
O objetivo, que ela por vontade de Deus está chamada a desempenhar na história,
brota do seu mesmo ser e representa o seu desenvolvimento dinâmico e
existencial”. (S. João Paulo II. Exort. Apost. Familiaris consortio, n.º 17).
Aparece assim a família, com a sua
identidade própria, como um sinal levantado ao alto, à vista de todos, de
acordo com o mesmo plano que Deus imprimiu na natureza humana.”Plano que toda a
família descobre e encontra em si mesma como chamada indelével, que define ao
mesmo tempo a sua dignidade e a sua responsabilidade: “família sê o que és!”
Tem grande importância, no desígnio
divino, a instituição matrimonial e familiar. Por isso “regressar ao princípio
do gesto criador de Deus é uma necessidade para a família, se verdadeiramente
quer conhecer-se e realizar-se conforme a verdade interior não apenas do seu
ser, mas também da sua atuação histórica” (idem).
Cabe-lhe a missão de guardar, revelar e
comunicar o amor, como reflexo vivo e participação real do amor de Deus pela
humanidade. Deste modo surge a família como uma realidade evidente que não
necessita ser demonstrada. Prova-se por si mesma enquanto que brota de uma
relação de união amorosa, estável e responsável entre duas pessoas: um homem e
uma mulher
…
Em suma, a família como grande e valioso
património da humanidade, necessita ser preservada e valorizada pelo Matrimónio.
A beleza da maternidade e paternidade com suas exigências e desafios, fazem parte
desse mistério de tornar o homem e a mulher participantes de uma obra que se
constrói na complementaridade, onde um é chamado a ser para o outro, expressão
do amor desinteressado, que une, integra, eleva, promove, pereniza, glorifica e
santifica.
Por tudo isto, no presente e no futuro a
família continuará a ser um bem perdurável, o baluarte e o sinal de esperança
da humanidade.
Maria Helena Marques
Prof.ª
Ensino Secundário
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