segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

5ª Meta - Céu e Terra (PARÁGRAFO 5 )


O Símbolo dos Apóstolos professa que Deus é Criador do céu e da terra. E o Símbolo Niceno-Constantinopolitano explicita: de todas as coisas, visíveis e invisíveis.
Na Sagrada Escritura, a expressão céu e terra significa: tudo o que existe, a criação inteira. Indica também o laço que, no interior da criação, ao mesmo tempo une e distingue céu e terra: a terra é o mundo dos homens; o céu ou os céus pode designar o firmamento, mas também o lugar próprio de Deus. Finalmente, a palavra céu indica o lugar das criaturas espirituais – os anjos – que rodeiam Deus.
A profissão de fé do quarto Concílio de Latrão afirma que Deus, desde o princípio do tempo, criou do nada ao mesmo tempo uma e outra criatura, a espiritual e a corporal, isto é, os anjos e o mundo terrestre. Depois criou a criatura humana, que participa das duas primeiras, formada, como é, de espírito e corpo.
I. Os anjos
A existência dos anjos uma verdade de fé
A existência dos seres espirituais, não-corporais, a que a Sagrada Escritura habitualmente chama anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura é tão claro como a unanimidade da Tradição.
Quem são os Anjos?
Santo Agostinho diz a respeito deles: Anjo é nome de ofício, não de natureza. Desejas saber o nome da natureza? Espírito. Desejas saber o do ofício? Anjo. Pelo que é, é espírito: pelo que faz, é anjo (anjo = mensageiro).Com todo o seu ser, os anjos são servos e mensageiros de Deus. Pelo facto de contemplarem continuamente o rosto do meu Pai que está nos céus, eles são os poderosos executores das suas ordens, sempre atentos à sua palavra.
Enquanto criaturas puramente espirituais, são dotados de inteligência e vontade: são criaturas pessoais imortais. Excedem em perfeição todas as criaturas visíveis.
Cristo com todos os seus anjos
Cristo é o centro do mundo dos anjos (angélico). Estes pertencem-Lhe, porque criados por e para Ele e porque os fez mensageiros do seu plano salvador. Ei-los, desde a criação e ao longo de toda a história da salvação, anunciando de longe ou de perto esta mesma salvação, e postos ao serviço do plano divino da sua realização.
Da Encarnação à Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é rodeada da adoração e serviço dos anjos. Quando Deus introduziu no mundo o seu Primogénito, disse: Adorem-n'O todos os anjos de Deus. O seu cântico de louvor, na altura do nascimento de Cristo, nunca deixou de se ouvir no louvor da Igreja. Eles protegem a infância de Jesus, servem-n'O no deserto e confortam-n'O na agonia no momento em que por eles poderia ter sido salvo das mãos dos inimigos como outrora Israel. São ainda os anjos que evangelizam, anunciando a Boa-Nova da Encarnação e da Ressurreição de Cristo.
Os anjos na vida da Igreja
Daqui resulta que toda a vida da Igreja beneficia da ajuda misteriosa e poderosa dos anjos. Na sua liturgia, a Igreja associa-se aos anjos para adorar a Deus três vezes santo; invoca a sua assistência como na oração “In paradisum deducant te angeli – conduzam-te os anjos ao paraíso” da Liturgia dos Defuntos, ou ainda no Hino querubínico da Liturgia bizantina, e festeja de modo mais particular a memória de certos anjos (São Miguel, São Gabriel, São Rafael e os Anjos da Guarda).
Desde o seu começo até à morte, a vida humana é acompanhada pela sua assistência e intercessão. Cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor para o guiar na vida. Desde este mundo, a vida cristã participa, pela fé, na sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus.
II. O mundo visível
Foi o próprio Deus que criou o mundo visível, com toda a sua riqueza, a sua diversidade e a sua ordem. A Sagrada Escritura apresenta a obra do Criador, simbolicamente, como uma sequência de seis dias de trabalho divino, que terminam no repouso do sétimo dia. O texto sagrado ensina, a respeito da criação, verdades reveladas por Deus para a nossa salvação, as quais permitem conhecer a natureza última e o valor de todas as criaturas e a sua ordenação para a glória de Deus.
Nada existe que não deva a sua existência a Deus Criador: O mundo começou quando foi tirado do nada pela Palavra de Deus: todos os seres existentes, toda a Natureza, toda a história humana radicam neste acontecimento primordial: é a própria génese, pela qual o mundo foi constituído e o tempo começado.
Cada criatura possui a sua bondade e perfeição próprias. As diferentes criaturas, queridas pelo seu próprio ser, refletem, cada qual a seu modo, uma centelha da sabedoria e da bondade infinitas de Deus. É por isso que o homem deve respeitar a bondade própria de cada criatura, para evitar o uso desordenado das coisas, que despreza o Criador e traz consigo consequências nefastas para os homens e para o seu meio ambiente.
A beleza do Universo: A ordem e a harmonia do mundo criado resultam da diversidade dos seres e das relações existentes entre si. O homem descobre-as progressivamente como leis da natureza. Elas suscitam a admiração dos sábios. A beleza da criação reflete a beleza infinita do Criador, a qual deve inspirar o respeito e a submissão da inteligência e da vontade humanas. O homem é o ponto culminante da obra da criação. A narrativa inspirada exprime essa realidade, fazendo nítida distinção entre a criação do homem e a das outras criaturas.
Na criação, Deus estabeleceu uma base e leis que permanecem estáveis sobre as quais o crente pode apoiar-se com confiança, e que serão para ele sinal e garantia da fidelidade inquebrantável da Aliança divina. Por seu lado, o homem deve manter-se fiel a esta base e respeitar as leis que o Criador nela inscreveu. A criação foi feita em vista do Sábado e, portanto, do culto e da adoração de Deus. O Sábado está no coração da Lei de Israel. Guardar os Mandamentos é corresponder à sabedoria e à vontade de Deus, expressas na sua obra da criação.
O oitavo dia. Mas para nós, um dia novo surgiu: o dia da Ressurreição de Cristo. O sétimo dia acaba a primeira criação. O oitavo dia começa a nova criação. A obra da criação culmina, assim, na obra maior da Redenção. A primeira criação encontrou o seu sentido e cume ria nova criação em Cristo, cujo esplendor ultrapassa o da primeira.


Ano da Fé

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