Aliados secretos
Na guerra cultural, as famílias têm também os seus aliados secretos.
Quando, de repente, aparecem uns desconhecidos que dizem ”tem uns meninos preciosos!” ou “é um valente!” ou “que sorte tem!”, ao pai abatido se lhe eleva a moral, como a um soldado nas trincheiras depois de saber que os reforços vêm a caminho.
Sabendo isto, faço, agora, um esforço consciente para felicitar os pais e mães com filhos pequenos, para os ajudar a abrir uma porta ou para os ajudar com o carrito. Um sorriso cúmplice que diga “a paternidade não é para pusilânimes” é, por vezes, o elixir que um pai necessita de ouvir para superar um ou outro “desastre infantil”.
Conto um episódio que aconteceu comigo:
Por causa de uma série de circunstâncias complicadas, há pouco tempo a minha mulher teve de ir sozinha à igreja com a nossa filha pequena. No final da Missa, a pequena Catarina chorava tão alto que muitos voltaram a cabeça. Minha mulher corou e pareceu-lhe eterno o caminho até à porta. Mas o que de mais importante sucedeu neste episódio foi que um desconhecido se aproximou dela, felicitou-a por ter solucionado o problema dizendo-lhe que sabia quão difícil era a sua tarefa.
Apesar de se ter sentido tão mal, quando mais tarde me contou, estava radiante. Nunca é demais que se dê ânimo!
No mundo actual, os pais e as mães necessitam disso mais do que nunca.
Aceprensa, 20-06-2007
Tradução e adaptação: Maria Helena Henriques Marques
Professora do Ensino Secundário
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