terça-feira, 18 de março de 2008

“Diz-me como te vestes, dir-te-ei quem és”

Começo por contar uma pequena história.

Um dia, um jovem professor contratado, de brinco na orelha e piercing no sobrolho, foi substituir uma colega do 1º ciclo numa aldeia. Os pais das crianças, quando o viram, tiveram uma imediata reacção de desconfiança, aliás apercebida pelo professor que se apressou a falar com eles para lhes transmitir serenidade e confiança. É que a aparência, sem ser o mais importante, conta.

Os psicólogos sociais demonstraram, por exemplo, que a imagem do conferencista é o factor mais importante para o êxito de uma conferência, estando acima do próprio conteúdo e do tom de voz.

Inconscientemente, quando não conhecemos alguém, fazemos um juízo dessa pessoa, rapidamente, em poucos segundos – como um flash fotográfico – baseando-nos nessa aparência.

Os fins do vestuário podem-se resumir a três: o principal é o de servir de protecção ao frio, ao calor, etc. Outro é o de resguardar a intimidade. O terceiro pode referir-se como o de adorno, já que pode de algum modo contribuir para elevar a dignidade humana.

Uma boa peça de vestuário consegue os três fins ao mesmo tempo. Um bom estilista não precisa servir-se do sexo para chamar a atenção. Se numa moda o que se observa primeiro é o sexo, estamos perante um modelo escasso de ideias e originalidade.

A moda hoje é suficientemente versátil para que cada qual – sobretudo a mulher, eternamente atraída pela beleza – saiba encontrar na panóplia de cortes, padrões, materiais, cores, acessórios o seu estilo próprio.

Ser elegante mais do que usar o que está “in fashion” é saber tirar o melhor partido do que a natureza nos concedeu. “Diz-me como te vestes, dir-te-ei quem és”. O modo como cada qual se apresenta, tem muito a ver com a interioridade da pessoa, embora haja excepções à regra.
Uma “Maria mal pronta” demonstra pouca cortesia, provavelmente falta de diligência ou reflexão.
Noutro extremo, as “fashion victims” demonstram falta de espírito crítico, por vezes futilidade e escassa intimidade.

Actualmente a mulher e sobretudo na estação quente que se aproxima, necessita de ideias muito claras e uma forte personalidade para não se deixar arrastar pelo ambiente.
Uma mulher, esclarecida, sabe ser e parecer aquilo que é.

Rosa Lopes

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