sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

"Natal! Uma luz resplandece nas trevas!..."


      É a Luz mais fulgurante que irrompe e brilha através das densas trevas e oferece à humanidade sedenta a verdadeira paz, sobretudo nesta era crivada de ódios, ameaças e guerras, catástrofes,  e execuções consumadas!...
      Junto a Maria, a José e aos pastores no Presépio, adoremos o Menino – Deus, o Príncipe da Paz, que nasceu para nós, para a humanidade de todas as épocas, até ao Juízo Final. O glorioso nascimento do Menino Jesus constitui uma inesgotável fonte de salvação. E, invariavelmente – sobretudo neste ano tão atravessado por ameaças, convulsões e terrores – o convite que nesta festividade mais uma vez é feito aos homens vem carregado de promessas. Junto ao Divino Infante pode-se encontrar a verdadeira paz, como aconteceu com os pastores e os Reis Magos: Movidos por um sopro do Espírito Santo, abandonaram os seus afazeres e puseram-se a caminho em busca da Paz Absoluta, para adorá-la. Esse mesmo convite nos é dirigido a nós na noite de hoje. “Venite adoremus”, pois a graça de Deus, o nosso Salvador, apareceu para todos os homens”…
      No Natal a eternidade e a humanidade abraçaram-se. O Deus – Menino veio ao nosso encontro tornando-se  um de nós, na gruta de Belém. Por Ele somos convidados a ir ao encontro de Deus e dos irmãos mais pequeninos e feridos do nosso tempo, que precisam do nosso acolhimento, amor e ajuda.
      Na pobreza do Presépio de Belém, recebemos o convite para o desprendimento do supérfluo e o compromisso com os mais necessitados. Por isso mesmo, o Natal de Jesus é ensinamento e mais, uma ordem…É na pessoa desses “ pequeninos”, que também hoje Jesus espera e quer ser reconhecido, acolhido, hospedado e amado. Sem dúvida, celebrar o Natal de Jesus não consiste apenas em recordarmos que Jesus nasceu na história humana, mas que Ele ontem, hoje e sempre quer e precisa nascer no nosso coração, nas nossas famílias, comunidades e no mundo.
      Desde sempre nos encantou ver as ruas, lojas, casas e as igrejas das nossas cidades e aldeias com enfeites e luzes! O Presépio nas famílias e ruas das cidades fala-nos do cumprimento da promessa de salvação feita por Deus, enviando-nos o Messias prometido, esperado e anunciado através dos profetas.
      É o presépio que nos indica que o homenageado principal da festa é e deve ser sempre Jesus. Faz-nos bem reconhecer e sentir que apesar  das pressões da recordação do consumismo das últimas décadas no tempo natalício, somos despertados para a esperança de um mundo melhor.
      E o Natal de Jesus é um sinal permanente que nos fala do amor de Deus mas ao mesmo tempo nos interpela com a pergunta: que lugar o Deus-Menino da gruta de Belém ocupa hoje na minha vida? Infelizmente devemos reconhecer que, para alguns de nós, mesmo cristãos, Ele ainda não é a prioridade da festa natalícia!
      A Bíblia relata que Jesus no seu tempo veio ao mundo e que os seus não O reconheceram e, por isso, não O acolheram.
      Perguntemo-nos: hoje é diferente?!
      O que devemos fazer para que o verdadeiro Natal de Jesus, não se transforme apenas num tempo de consumo ou num banquete de família?
      Jesus nasceu na gruta de Belém e quer hoje nascer na gruta do nosso coração! Que lugar Lhe reservamos? Como o preparamos?!
      No nosso tempo em que abundam dificuldades e carências de todo o género, Jesus espera também ser reconhecido nos pobres, nos doentes e nas crianças feridas e abandonadas pelo mundo! Nunca o esqueçamos: “Tudo o que fizeres ou deixares de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos é a Mim que o fazes”…
      Estamos em vésperas do Natal. A celebração alegre do Nascimento de Cristo, em cada ano não depende das condições sociais e individuais do momento.Quanto maior  for a angústia, tanto mais cresce a expetativa de uma superação do mal-estar reinante, através da comemoração do Natal de Jesus.
      O Natal é um apelo dirigido a cada um, no sentido de viver e anunciar a mensagem do Presépio. Recordemos as lições esquecidas que brotam da mangedoura: Há ali um ambiente religioso, com a presença do Menino – Deus, de seus Pais – Maria e José – as vozes dos Anjos, a homenagem dos Pastores, dos Magos…Vislumbra-se uma magnífica riqueza, através da pobreza do estábulo. A felicidade que tem o seu lugar ali no meio da carência de bens materiais: reconhecemos até o início do itinerário da Redenção da Humanidade: da Gruta de Belém ao suplício do Gólgota, à vitória da Ressurreição… até ao Pentecostes!
      E Maria Santíssima aí estava sempre presente!
      Figura amável, materna, que está e continua, também nos nossos dias, na História da Igreja e da Humanidade e que assim permanecerá até ao fim dos tempos!
      Feliz Natal!
                                                                                                      Maria Helena Marques

                                                                                                      Prof.ª Ensino Secundário

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