segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Promover o que nos torna humanos


Muitas vezes ao abrir alguns meios de comunicação social, deparamos com diversas
notícias de violência que se impõem e ferem a nossa sensibilidade e os nossos sentidos...Uma violência que demonstra, de forma real e profunda, uma sociedade decadente que não tem sabido apreciar e fomentar os valores como referenciais de cidadania e de respeito pelo próximo. Antes pelo contrário, exclui em todos os sentidos, não poupando sequer, os laços afectivos!
      Ponderando seriamente o problema, chegamos à conclusão de que a solução não tem viabilidade imediata; apresenta-se-nos antes, como uma construção a médio e longo prazo, mas que requer intervenção rápida e contínua. É urgente alterar determinadas regras e estratégias que têm vindo a ser seguidas em muitos sectores da nossa sociedade no que se refere à educação, à formação integral das nossas crianças e jovens.
      De modo particular os pais e, de um modo geral, todos os educadores, precisamos de consciencializar que muito mais importante do que favorecer uma avalanche de conhecimentos e informações às nossas crianças, deve ser prioritária e estar sempre subjacente a preocupação objectiva de as formarmos como pessoas humanas, incentivando-as a desenvolver e a fazer frutificar as suas melhores potencialidades...
      A formação humana integral das crianças e adolescentes deve ser a primordial ocupação e preocupação de todos os educadores: pais, professores, sociedade civil. Os resultados dos estudos a que chegaram muitos pesquisadores de diversas áreas de conhecimento no campo do humano na actualidade, apontam para a necessidade do resgate dos valores humanos e cristãos básicos, como: a fé, a verdade, a rectidão, a paz, o altruísmo, o amor, a não-violência...
       É urgente incutir e estimular, com o exemplo e a palavra, estes e outros valores essenciais nas crianças e nos jovens que cedo começarão a dar frutos positivos. Os valores humanos e cristãos, pela sua natureza, são susceptíveis de germinar na interioridade das pessoas, de tal modo que muito cedo se repercutem no comportamento familiar, social e profissional.
      Mas compete-nos a todos, jovens e menos jovens, contribuir para tornar este nosso mundo mais justo, mais humano, mais cristão, hoje e agora...
      Cabe a cada um o compromisso pessoal da prática da justiça, e ao mesmo tempo, saber exigir aos responsáveis pelo bem comum – governantes, empresários, dirigentes sindicais, etc. – pois deles depende em grande parte, a solução dos grandes problemas sociais e humanos.
      Assim, ninguém está dispensado do pagamento devido a quem presta serviços; de procurar o possível para melhorar as condições de vida dos mais necessitados; de comportar-se exemplarmente, com competência e dedicação profissional no seu trabalho; de exercitar com responsabilidade e iniciativa os seus direitos e deveres de cidadãos.
      Mas não basta a justiça para resolver todos os problemas dos homens. Fica em aberto o lugar para a misericórdia, a caridade, a verdadeira amizade...
      Sabemos que a caridade exige primeiro o cumprimento do dever: começa-se pelo que é mais justo; continua-se com o que é equitativo... mas, para amar, verdadeiramente, é necessário muita finura, delicadeza, respeito, afabilidade.
      A ciência da vida tem demonstrado através dos tempos, que a melhor maneira de promover os valores da justiça, da solidariedade e da paz entre os homens no mundo de hoje, consiste no empenho objectivo de cada um, por vivê-los, realmente, e os difundir à sua volta…
 

Maria Helena H. Marques

Prof.ª do Ensino Secundário

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