Muitas vezes ao abrir alguns meios
de comunicação social, deparamos com diversas
notícias
de violência que se impõem e ferem a nossa sensibilidade e os nossos
sentidos...Uma violência que demonstra, de forma real e profunda, uma sociedade
decadente que não tem sabido apreciar e fomentar os valores como referenciais
de cidadania e de respeito pelo próximo. Antes pelo contrário, exclui em todos
os sentidos, não poupando sequer, os laços afectivos!
Ponderando seriamente o problema,
chegamos à conclusão de que a solução não tem viabilidade imediata; apresenta-se-nos
antes, como uma construção a médio e longo prazo, mas que requer intervenção
rápida e contínua. É urgente alterar determinadas regras e estratégias que têm
vindo a ser seguidas em muitos sectores da nossa sociedade no que se refere à
educação, à formação integral das nossas crianças e jovens.
De modo particular os pais e, de um modo
geral, todos os educadores, precisamos de consciencializar que muito mais
importante do que favorecer uma avalanche de conhecimentos e informações às
nossas crianças, deve ser prioritária e estar sempre subjacente a preocupação
objectiva de as formarmos como pessoas humanas, incentivando-as a desenvolver e
a fazer frutificar as suas melhores potencialidades...
A formação humana integral das crianças e
adolescentes deve ser a primordial ocupação e preocupação de todos os
educadores: pais, professores, sociedade civil. Os resultados dos estudos a que
chegaram muitos pesquisadores de diversas áreas de conhecimento no campo do
humano na actualidade, apontam para a necessidade do resgate dos valores
humanos e cristãos básicos, como: a fé, a verdade, a rectidão, a paz, o
altruísmo, o amor, a não-violência...
É urgente incutir e estimular, com o
exemplo e a palavra, estes e outros valores essenciais nas crianças e nos
jovens que cedo começarão a dar frutos positivos. Os valores humanos e
cristãos, pela sua natureza, são susceptíveis de germinar na interioridade das
pessoas, de tal modo que muito cedo se repercutem no comportamento familiar,
social e profissional.
Mas compete-nos a todos, jovens e menos
jovens, contribuir para tornar este nosso mundo mais justo, mais humano, mais
cristão, hoje e agora...
Cabe a cada um o compromisso pessoal da
prática da justiça, e ao mesmo tempo, saber exigir aos responsáveis pelo bem
comum – governantes, empresários, dirigentes sindicais, etc. – pois deles depende
em grande parte, a solução dos grandes problemas sociais e humanos.
Assim, ninguém está dispensado do
pagamento devido a quem presta serviços; de procurar o possível para melhorar
as condições de vida dos mais necessitados; de comportar-se exemplarmente, com
competência e dedicação profissional no seu trabalho; de exercitar com responsabilidade
e iniciativa os seus direitos e deveres de cidadãos.
Mas não basta a justiça para resolver
todos os problemas dos homens. Fica em aberto o lugar para a misericórdia, a
caridade, a verdadeira amizade...
Sabemos que a caridade exige primeiro o
cumprimento do dever: começa-se pelo que é mais justo; continua-se com o que é equitativo...
mas, para amar, verdadeiramente, é necessário muita finura, delicadeza,
respeito, afabilidade.
A ciência da vida tem demonstrado através
dos tempos, que a melhor maneira de promover os valores da justiça, da
solidariedade e da paz entre os homens no mundo de hoje, consiste no empenho
objectivo de cada um, por vivê-los, realmente, e os difundir à sua volta…
Maria Helena H. Marques
Prof.ª do Ensino Secundário
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