segunda-feira, 8 de setembro de 2008

I – “Liberdade Religiosa” – a conversão de um muçulmano



A liberdade religiosa é um direito fundamental da pessoa humana, ínsito na sua dignidade, pois o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus.
Desde sempre a Igreja Católica defendeu o direito à liberdade de consciência, de culto e de escolha da própria religião. (“Dignitatis Humanae”).
Uma nota da Congregação para a Doutrina da Fé, de 14 de Dezembro, recorda que a evangelização não está ultrapassada, mas sim que mantém o que é essencial da fé cristã, como há dois mil anos, na sua plena actualidade. A nota sublinha ainda que o Evangelho mostra como é Cristo quem chama todos os homens à conversão e à Fé, e quem confiou à Igreja a missão de chegar a todas as pessoas de todas épocas.
Todos têm direito de ouvir a “boa nova”; compete aos cristãos o dever de evangelizar que significa não apenas “ensinar uma doutrina”, mas também dar a conhecer o Senhor Jesus com a palavra e com as obras.
“A palavra e o testemunho vão em uníssono”, afirma-se mais adiante.
A conversão exige a fé; esta por sua vez, exige a adesão ao Evangelho: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1, 15).
Toda a conversão se inicia a partir de um chamamento de Deus, para que nos aproximemos mais d’Ele e cumpramos melhor os Seus Preceitos e Mandamentos. Para seguir a conversão, é preciso deixar o que não é compatível com a Fé e com os planos de Deus, e abraçar essa vida nova que Ele chama um “tesouro” ou uma “pérola” (cf. Mt 13, 44-46). Pensemos por exemplo, no amor à verdade, na prática da humildade, na caridade que se deve ter para com o próximo... Tudo isso é a “pérola” que encontramos no ensinamento de Cristo.
O jornalista, Magdi Allam, reconhece que foi decisivo para a sua conversão, o exemplo de Bento XVI.
Assim, no dia 22 de Março de 2008, durante a Vigília da Páscoa, cinco mulheres e dois homens de diferentes países, entre eles este jornalista de origem egípcia, Magdi Allam, convertido do Islão, foram baptizados pelo Papa, Bento XVI.
Na sua Homilia, o Papa dirigindo-se a todo o baptizado, disse: “Sempre de novo nos devemos tornar `convertidos`, com toda a vida voltada para o Senhor. E sempre de novo devemos deixar que o nosso coração seja subtraído à força da gravidade, que puxa para baixo, e levantá-lo interiormente para o alto: para a verdade e o amor”.
Como é tradição, nesta noite o Papa administrou, além do Baptismo, os outros dois sacramentos da iniciação cristã (Confirmação e Comunhão) a estes adultos, de diferentes nacionalidades e condição, que realizaram o necessário caminho de preparação espiritual e catequética que, na tradição cristã, se chama “catecumenato”.
As sete pessoas que receberam o baptismo eram originárias da Itália, Camarões, China, Estados Unidos e Peru.
Magdi Allam, de 55 anos de idade, subdirector do “Il Corriere della Sera”, jornal de maior tiragem na Itália, que vive no país há 35 anos, tem recebido protecção policial há já 5 anos pelas ameaças recebidas por causa das suas críticas ao islamismo radical violento.
Maria Helena Henriques Marques
Professora do Ensino Secundário

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