quarta-feira, 10 de setembro de 2008

II – “Liberdade Religiosa”: Razões que levaram o Papa a fazer o Baptismo


A propósito da conversão ao Catolicismo do jornalista Magdi Allam, o Pe. Federico Lombardi S.I., director da Sala de Imprensa da Santa Sé, esclareceu que “para a Igreja Católica toda a pessoa que recebe o Baptismo, após uma profunda busca pessoal, uma decisão plenamente livre e uma adequada preparação, tem o direito de o receber”.
O porta-voz do Vaticano acrescentou que o Santo Padre administrou o Baptismo no decorrer da Liturgia Pascal aos catecúmenos que lhe foram apresentados, sem fazer acepção de pessoas, ou seja, considerando a todos igualmente importantes diante do amor de Deus e bem-vindos à comunidade da Igreja.
Numa carta escrita recentemente no “Il Corriere della Sera”, Allam, que como baptizado recebeu o nome de “Cristiano”, explica que na sua conversão desempenharam um papel decisivo os testemunhos de católicos que, pouco a pouco, se converteram em pontos de referência no âmbito da certeza da verdade e da solidez dos valores.
Entre eles, cita o presidente do movimento eclesial Comunhão e Libertação, Pe. Julián Carrón; o reitor-mor dos Salesianos, Pe. Pascual Chávez Villanueva; o Cardeal Tarcísio Bertone, secretário do Estado do Vaticano; e o Bispo Rino Fisichella, Reitor da Pontifícia Universidade Lateranense, que o acompanhou pessoalmente no caminho espiritual de aceitação da fé cristã.
Mas reconhece que, talvez, o papel mais decisivo tenha sido desempenhado por Bento XVI, “a quem admirou e defendeu como muçulmano pela sua mestria para criar o laço indissolúvel entre fé e razão, como fundamento da autêntica religião e da civilização humana, ao qual aderiu plenamente como cristão para “inspirar-me com nova luz no cumprimento da missão que Deus me reservou”.


“Para mim é o dia mais belo da minha vida”, reconhece. “O milagre da Ressurreição de Cristo reflectiu-se na minha alma, libertando-a das trevas de um discurso religioso em que o ódio e a intolerância em relação ao diferente, condenado acriticamente como inimigo, prevalecem sobre o amor e o respeito ao próximo que é sempre e, em qualquer circunstância, pessoa”.


Ao terminar, Cristiano Allam voltou a pedir um respeito recíproco no que se refere à liberdade religiosa, dizendo que em Itália há milhares de convertidos ao islamismo que vivem serenamente a sua fé. Todavia, também há milhares de convertidos ao cristianismo, que se sentem obrigados a ocultar a sua nova fé, com medo de serem assassinados pelos extremistas islâmicos, que se infiltram entre eles.

Maria Helena Henriques Marques
Professora do Ensino Secundário

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

I – “Liberdade Religiosa” – a conversão de um muçulmano



A liberdade religiosa é um direito fundamental da pessoa humana, ínsito na sua dignidade, pois o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus.
Desde sempre a Igreja Católica defendeu o direito à liberdade de consciência, de culto e de escolha da própria religião. (“Dignitatis Humanae”).
Uma nota da Congregação para a Doutrina da Fé, de 14 de Dezembro, recorda que a evangelização não está ultrapassada, mas sim que mantém o que é essencial da fé cristã, como há dois mil anos, na sua plena actualidade. A nota sublinha ainda que o Evangelho mostra como é Cristo quem chama todos os homens à conversão e à Fé, e quem confiou à Igreja a missão de chegar a todas as pessoas de todas épocas.
Todos têm direito de ouvir a “boa nova”; compete aos cristãos o dever de evangelizar que significa não apenas “ensinar uma doutrina”, mas também dar a conhecer o Senhor Jesus com a palavra e com as obras.
“A palavra e o testemunho vão em uníssono”, afirma-se mais adiante.
A conversão exige a fé; esta por sua vez, exige a adesão ao Evangelho: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1, 15).
Toda a conversão se inicia a partir de um chamamento de Deus, para que nos aproximemos mais d’Ele e cumpramos melhor os Seus Preceitos e Mandamentos. Para seguir a conversão, é preciso deixar o que não é compatível com a Fé e com os planos de Deus, e abraçar essa vida nova que Ele chama um “tesouro” ou uma “pérola” (cf. Mt 13, 44-46). Pensemos por exemplo, no amor à verdade, na prática da humildade, na caridade que se deve ter para com o próximo... Tudo isso é a “pérola” que encontramos no ensinamento de Cristo.
O jornalista, Magdi Allam, reconhece que foi decisivo para a sua conversão, o exemplo de Bento XVI.
Assim, no dia 22 de Março de 2008, durante a Vigília da Páscoa, cinco mulheres e dois homens de diferentes países, entre eles este jornalista de origem egípcia, Magdi Allam, convertido do Islão, foram baptizados pelo Papa, Bento XVI.
Na sua Homilia, o Papa dirigindo-se a todo o baptizado, disse: “Sempre de novo nos devemos tornar `convertidos`, com toda a vida voltada para o Senhor. E sempre de novo devemos deixar que o nosso coração seja subtraído à força da gravidade, que puxa para baixo, e levantá-lo interiormente para o alto: para a verdade e o amor”.
Como é tradição, nesta noite o Papa administrou, além do Baptismo, os outros dois sacramentos da iniciação cristã (Confirmação e Comunhão) a estes adultos, de diferentes nacionalidades e condição, que realizaram o necessário caminho de preparação espiritual e catequética que, na tradição cristã, se chama “catecumenato”.
As sete pessoas que receberam o baptismo eram originárias da Itália, Camarões, China, Estados Unidos e Peru.
Magdi Allam, de 55 anos de idade, subdirector do “Il Corriere della Sera”, jornal de maior tiragem na Itália, que vive no país há 35 anos, tem recebido protecção policial há já 5 anos pelas ameaças recebidas por causa das suas críticas ao islamismo radical violento.
Maria Helena Henriques Marques
Professora do Ensino Secundário

Famílias Felizes - preservar o afecto e a alegria



Embora sabendo que nenhuma família é um recôndito de paz as 24 horas do dia, existem algumas formas para se conseguir preservar o afecto, a alegria e a satisfação nas relações mais intensas e ao mesmo tempo mais difíceis, mas também gratificantes e enriquecedoras que mantemos na nossa relação com os outros, designadamente as que temos com nossos parentes mais próximos.
Na família convém não haver "vencedores ou vencidos", porque, segundo um velho provérbio, "a melhor vitória é aquela na qual ganham todos". A "chave mágica" para consegui-la tem três pilares: harmonia, equilíbrio e comunicação.


1- Trate seus parentes como amigos.
Evite reservar sua parte mais sombria - queixas, cansaço, impaciência, maus momentos - para os que mais ama.
As relações familiares, assim como as existentes entre amigos, devem ser cultivadas e regadas com respeito, tolerância, demonstrações de afecto e alegria compartilhada. No início parece sempre um pouco difícil dizer o quanto se gosta de alguém, com palavras ou por meio de pequenos gestos.



2- Desligue a televisão enquanto come
A televisão desempenha uma atracção quase hipnótica que em algumas ocasiões faz com que a vejamos como marionetes, sem nos importar com a programação.
A menos que se trate de um programa interessante, é importante apagá-la e aproveitar esses momentos para brincar com seus filhos e o marido/esposa e mostrar ainda mais envolvimento na vida familiar.
Não é melhor aproveitar quando todos estão à mesa para falar e compartilhar experiências ou sobre o que aconteceu ao longo do dia, em vez de todos assistirem à televisão como marionetes?



3- Preveja os momentos de irritação e mantenha a calma
Em vez de se deixar levar pela ira, pelo ego ferido ou outras justificativas mesquinhas, que o/a afastam da real importância de um determinado assunto, procure manter-se centrado na solução, com serenidade e firmeza.
Se percebe que está a ser levado pela impulsividade, respire fundo e volte a buscar soluções e saídas, em vez de ficar obcecado pelo problema.
Discutir "em família" as diferentes opções para se sair do atoleiro, é um exercício que dá resultados surpreendentes.



4- Peça perdão e tente compreender
Em todas as relações próximas e contínuas é fácil "ferir o outro", sem que depois desculpas ou pedidos de perdão bastem. É preciso colocar-se no lugar do outro para o compreender.



5- Alguns erros que todos devem evitar




  • Recorrer a agressões ou ameaças,


  • revirar o passado,


  • fazer promessas que não podem ser cumpridas,


  • tentar solucionar a vida dos demais,


  • falar em vez de ouvir,


  • dizer as coisas por meio de terceiros,


  • punir alguém por dizer a verdade,


  • querer ter sempre a razão.

Se evitar esses comportamentos e atitudes, sua vida familiar começará a funcionar com menos conflitos e atritos.


Adaptação de: Reportagens de Maria de Jesus Ribas
Publicado no Portal da Família em 01/09/2008