sexta-feira, 12 de junho de 2015

As Mulheres e a agenda para o desenvolvimento pós-2015

        A II Conferência Internacional sobre “ As Mulheres rumo à agenda para o desenvolvimento pós – 2015 “ organizada pelo Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, teve lugar em Roma de 22 a 24 de Maio.
      O assunto que sobretudo gira à volta da mulher e da sua vocação, chama de novo a atenção para a carta apostólica do Papa João Paulo II, “Mulieris Dignitatem” (1988-2015).
 
       Nesta exortação, São João Paulo II defende um feminismo cristão que não é de ontem nem de hoje. Remonta ao tempo da Criação. “Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus: criou-os homem e mulher”  (Gén. 1,27).
      Foram criados em perfeita igualdade enquanto pessoas humanas, no seu respetivo ser  de homem e de mulher  (Cat. da Igr. Cat.). A mulher possui, com o mesmo título que o homem e no mesmo grau, a natureza de ser racional e livre. A um e a outro Deus atribuiu a missão de submeter a terra (Gén.1,28) e de trabalhar (Gén. 2,15).
      Abstraindo-nos do relato da criação, vemo-nos na impossibilidade de penetrar o profundo sentido da personalidade da mulher, da sua feminilidade e do papel insubstituível que é chamada a desempenhar na vida da humanidade.
      Uma sã exaltação do papel da mulher leva a reconhecer que ela é chamada a levar à família, à sociedade civil, à Igreja, alguma coisa de caraterístico, que lhe é próprio e que só ela pode dar: a sua delicada ternura, a sua generosidade incansável, o seu amor ao concreto, a sua agudeza de engenho, a sua capacidade de intuição, a sua piedade profunda e simples, a sua tenacidade… O desafio que se espera do verdadeiro feminismo é tornar a mulher verdadeiramente feliz, colocando-a no lugar que por direito divino lhe pertence: Mulher, Esposa e Mãe!
      Numa audiência a congressistas, na sua maior parte mulheres, o Papa Bento XVI reconheceu “persistir ainda uma mentalidade machista, que ignora a novidade do cristianismo, novidade que reconhece e proclama a igual dignidade e responsabilidade da mulher em relação ao homem”..
      Mais adiante salientou que “perante correntes culturais e políticas que tentam eliminar, ou pelo menos ofuscar e confundir, as diferenças sexuais inscritas na natureza humana, considerando-as como uma construção cultural, é necessário recordar o desígnio de Deus que criou o ser humano homem e mulher, com uma unidade e ao mesmo tempo uma diferença originária e complementar”.
      Neste contexto, o Papa reivindicou o direito dos filhos de “poderem contar com um pai e uma mãe para que cuidem deles e os acompanhem no seu crescimento. Ao Estado cabe apoiar com adequadas políticas sociais tudo o que promove a estabilidade e a unidade do matrimónio, a dignidade e a responsabilidade dos cônjuges, no seu direito primordial insubstituível, de educadores dos filhos”. Por fim, exigir que se permita à mulher colaborar na construção da sociedade, valorizando o seu típico “génio feminino”.
    Com o passar dos anos, reconhecemos que “Mulieris dignitatem” é mais atual do que nunca porque, nesta carta, S. João Paulo II expressa “a verdade do homem, que é homem e mulher, e indica os seus princípios antropológicos”.
   Recorda que na ideologia do género, a sexualidade não se aceita “propriamente como constitutiva do homem” – mas “o ser humano seria o resultado do desejo de escolha” enveredando por uma via sinuosa, antinatural! – conducente a verdadeiras aberrações…
      Nesta pseudo revolução cultural, “o nexo indivíduo – família – sociedade perde-se e a pessoa reduz-se a indivíduo”; ao mesmo tempo que se questiona a família e a sua verdade – o matrimónio entre um homem e uma mulher aberto à vida …
      É evidente que se trata de graves atropelos a verdades e valores fundamentais! 
      Como são também “temas fundamentais, não somente para  as mulheres, mas para a Igreja  e para toda a sociedade, a defesa da vida desde a conceção até à morte natural – o primordial direito humano – e a defesa da família fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher, como sujeito social, civil, jurídico, educacional e económico, único verdadeiro baluarte do património social”.                     
                                                              

                                                                                                        Maria Helena Marques

                                                                                                                           Prof.ª Ensino Secundário

 

 

 

 

 

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