A II Conferência Internacional sobre “
As Mulheres rumo à agenda para o desenvolvimento pós – 2015 “ organizada pelo
Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, teve lugar em Roma de 22 a 24 de Maio.
O assunto que sobretudo gira à volta da
mulher e da sua vocação, chama de novo a atenção para a carta apostólica do
Papa João Paulo II, “Mulieris Dignitatem” (1988-2015).
Nesta exortação, São João Paulo II defende um feminismo
cristão que não é de ontem nem de hoje. Remonta ao tempo da Criação. “Deus
criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus: criou-os homem e
mulher” (Gén. 1,27).
Foram criados em perfeita igualdade
enquanto pessoas humanas, no seu respetivo ser
de homem e de mulher (Cat. da
Igr. Cat.). A mulher possui, com o mesmo título que o homem e no mesmo grau, a
natureza de ser racional e livre. A um e a outro Deus atribuiu a missão de
submeter a terra (Gén.1,28) e de trabalhar (Gén. 2,15).
Abstraindo-nos do relato da criação,
vemo-nos na impossibilidade de penetrar o profundo sentido da personalidade da
mulher, da sua feminilidade e do papel insubstituível que é chamada a
desempenhar na vida da humanidade.
Uma sã exaltação do papel da mulher leva
a reconhecer que ela é chamada a levar à família, à sociedade civil, à Igreja,
alguma coisa de caraterístico, que lhe é próprio e que só ela pode dar: a sua
delicada ternura, a sua generosidade incansável, o seu amor ao concreto, a sua
agudeza de engenho, a sua capacidade de intuição, a sua piedade profunda e
simples, a sua tenacidade… O desafio que se espera do verdadeiro feminismo é
tornar a mulher verdadeiramente feliz, colocando-a no lugar que por direito
divino lhe pertence: Mulher, Esposa e Mãe!
Numa audiência a congressistas, na sua
maior parte mulheres, o Papa Bento XVI reconheceu “persistir ainda uma
mentalidade machista, que ignora a novidade do cristianismo, novidade que
reconhece e proclama a igual dignidade e responsabilidade da mulher em relação
ao homem”..
Mais adiante salientou que “perante
correntes culturais e políticas que tentam eliminar, ou pelo menos ofuscar e
confundir, as diferenças sexuais inscritas na natureza humana, considerando-as
como uma construção cultural, é necessário recordar o desígnio de Deus que
criou o ser humano homem e mulher, com uma unidade e ao mesmo tempo uma
diferença originária e complementar”.
Neste contexto, o Papa reivindicou o
direito dos filhos de “poderem contar com um pai e uma mãe para que cuidem
deles e os acompanhem no seu crescimento. Ao Estado cabe apoiar com adequadas políticas
sociais tudo o que promove a estabilidade e a unidade do matrimónio, a
dignidade e a responsabilidade dos cônjuges, no seu direito primordial insubstituível,
de educadores dos filhos”. Por fim, exigir que se permita à mulher colaborar na
construção da sociedade, valorizando o seu típico “génio feminino”.
Com o passar dos anos, reconhecemos que “Mulieris
dignitatem” é mais atual do que nunca porque, nesta carta, S. João Paulo II
expressa “a verdade do homem, que é homem e mulher, e indica os seus princípios
antropológicos”.
Recorda que na ideologia do género, a
sexualidade não se aceita “propriamente como constitutiva do homem” – mas “o
ser humano seria o resultado do desejo de escolha” enveredando por uma via
sinuosa, antinatural! – conducente a verdadeiras aberrações…
Nesta pseudo revolução cultural, “o nexo
indivíduo – família – sociedade perde-se e a pessoa reduz-se a indivíduo”; ao mesmo
tempo que se questiona a família e a sua verdade – o matrimónio entre um homem
e uma mulher aberto à vida …
É evidente que se trata de graves
atropelos a verdades e valores fundamentais!
Como são também “temas fundamentais, não somente
para as mulheres, mas para a Igreja e para toda a sociedade, a defesa da vida
desde a conceção até à morte natural – o primordial direito humano – e a defesa
da família fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher, como sujeito
social, civil, jurídico, educacional e económico, único verdadeiro baluarte do
património social”.
Maria Helena
Marques
Prof.ª Ensino Secundário
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