É do reconhecimento geral que a crise é também uma consequência do crescimento da despesa pública na segunda metade da década de 90. Uma crise estrutural de que o País sofre as consequências. As pessoas, de um modo geral vivem aflitas e angustiadas. Reconhecem tratar-se não apenas de uma crise mas de crises diversas – de valores, cultural, de esperança. Muita gente tem resvalado pela via da depressão e amargura. Muitos já não acreditam na recuperação nem no acerto da situação financeira. Têm esquecido que “tempo de crise” pode ser tempo de esperança.
Cabe-nos julgar que esta crise que não tem parado de crescer em vários níveis, tem pelo menos três causas fundamentais, sendo a primeira a causa das outras duas:
I. Sociedade sem valores – Uma sociedade que tem descaído a olhos vistos. Questiona-se a verdade objectiva revelada, ultrapassam-se limites intocáveis, infringem-se regras da moral natural em matérias graves como tudo o que diz respeito à vida humana, vive-se para o
momento imediato…
II. Política sem valores – A realidade tem demonstrado de forma evidente, que cada sociedade
é regida pela política com a qual se identifica maioritariamente…
III. Economia sem valores – Consequência lógica das causas anteriores. Uma economia sem regras, sem planeamento; de luta selvagem em que vencem os mais fortes. Os ricos ficam mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Os recursos económicos são escassos, porque mal distribuídos… Um círculo vicioso a caminho do descalabro, da auto – destruição, como é próprio das sociedades decadentes.
Resta-nos, contudo, a Esperança e alguma curiosidade de saber como será a nova sociedade do futuro…
Será, certamente, a resultante da nossa Esperança! Uma esperança que “apesar dos pesares” do momento, que se multiplicam e a todos afectam, será a força impulsionadora dos desafios adequados que, como mola que foi comprimida, nos fará chegar mais alto e mais além…
Com fé, esperança e vontade inabalável – qualidades genuínas dos portugueses de outros tempos –, utilizando os meios adequados, venceremos as dificuldades. Podemos “afogar o mal com abundância de bem”! Se outros conseguiram, nós por que não?! A crise é o “novo gigante” a ser
ultrapassado! Com iniciativa, inteligência e determinação vamos conseguir. Trabalhar! Trabalhar a sério; produzir para poupar… é o caminho…
O título atribuído a este texto, recorda-nos com saudade, a histórica visita do Santo Padre Bento XVI ao nosso País em Maio de 2010 onde, ao dirigir-se, não apenas aos católicos, mas a todos os homens, “independentemente da sua fé ou religião”, transmitia palavras de Esperança e de estímulo para que a mensagem de Cristo impregne, com os valores cristãos, todas as actividades sociais, económicas e culturais de uma sociedade cada vez mais descristianizada.
Em todas as intervenções o Papa procurou transmitir energias de Fé, de Esperança e de Caridade, incutindo a todos um ânimo novo…
Mas de modo particular, foi no Aeroporto de Sá Carneiro no Porto, que o Papa se despediu dos portugueses com palavras de gratidão e ao mesmo tempo de estímulo para todos os que acataram a sua mensagem de Esperança através de palavras sábias e oportunas, que revelam não só o seu pensamento claro como a sua profunda visão do mundo actual. Iniciada sob o signo da Esperança e pretendendo ser uma proposta de sabedoria e de missão, esta visita terminaria sob esse mesmo signo, quando ao despedir-se Bento XVI disse: “Continuemos a caminhar na Esperança! Adeus”!
Da nossa parte, apenas nos resta acrescentar: - Continuemos com Fé e Perseverança, rumo a uma nova vida! Embora ténue, já podemos vislumbrar a tal “luzinha ao fundo do túnel”! …
Maria Helena Marques
Prof.ª Ensino
Secundário
Sem comentários:
Enviar um comentário