excede toda a ciência” (cf. Ef 3,19).
Por outro lado, o Catecismo da Igreja Católica, vem apresentando com fidelidade e de modo orgânico, o ensinamento da Sagrada Escritura, da Tradição e do Magistério da Igreja. Assim, o Catecismo inclui “coisas novas e velhas (cf. Mt 13,52) porque a fé é imutável e fonte de luzes sempre novas”, respondendo assim às interrogações da nossa época…
Neste momento em que nos preparamos para celebrar o Mistério Pascal da Redenção, é útil rever para refletir e aprofundar na riqueza incomensurável que encerra.
O Homem criado à imagem e semelhança de Deus era, a partir daí, templo vivo de Deus. Com a “queda” – o pecado original – esse templo foi destruído, mas a Sabedoria de Deus, já havia traçado um plano para a reconstrução – O Mistério daRedenção…
Trata-se de um dos Mistérios mais sublimes e importantes da Fé Cristã! Diz respeito a todos e a cada um de nós, pois através dele, as Portas do Céu, fechadas pelo pecado, foram reabertas para
toda a Humanidade. Jesus, abrindo os seus braços sobre a Cruz e nela morrendo, abriu-no-las novamente e para sempre …
Diz, a propósito, o Catecismo da Igreja Católica: “Nisto consiste a redenção de Cristo: `Ele veio dar a sua vida em resgate por muitos `(Mt 20,28), isto é, `Amou os seus até ao fim` (Jo 13, 1). Trata-se de um mistério de amor e salvação.
Amor que impeliu Jesus até ao sacrifício de si mesmo para a plena glorificação de Deus e o resgate dos homens, reconciliando-os com Deus.
Escreve o Papa: “No Gólgota, Cristo fez da sua própria vida uma oferta de valor eterno, uma oferta `redentora`, que reabriu para sempre a estrada da comunhão com Deus, interrompida pelo pecado” (João Paulo II, 2000, disponível em http://www.vatican.va/).
Com esta breve reflexão sobre o Mistério Redentor de Cristo, fica claro que por meio do Seu Filho, Deus renova a sua aliança de amor outrora realizada na criação. Assim, o Deus Criador torna-se também o Deus Redentor, em Jesus Cristo e o homem reencontra a grandeza e a dignidade da humanidade criada para a comunhão com Deus.
Deste modo, a Redenção Humana realizada por Jesus Cristo, é uma iniciativa da bondade e da misericórdia de Deus. Ele quis propor a Salvação ao homem.
Na Constituição Dogmática Dei Verbum, encontramos claramente esta iniciativa divina: “Aprouve a Deus, em sua bondade e sabedoria, revelar-Se a Si mesmo e tornar conhecido o mistério da sua vontade, pelo qual os homens, por intermédio de Cristo, Verbo feito carne, e no
Espírito Santo, têm acesso ao Pai e se tornam participantes da natureza divina”, (DV2). Assim, “o Mistério Pascal da Cruz e da Ressurreição de Cristo está no centro da Boa Nova que os apóstolos e todos os cristãos, na esteira deles, devem anunciar ao mundo. O projecto salvador de Deus realizou-se “uma vez por todas” pela morte redentora de seu Filho, Jesus Cristo” (Cat. Ig. Cat.& 571).
O preço pelo nosso resgate foi a sua própria vida, mostrando-nos ao mesmo tempo, a gravidade do pecado, e quanto vale a nossa salvação eterna e os meios para alcançá-la… São Paulo diz-nos: “fostes comprados por alto preço…”
A Quaresma, prestes a terminar, é um bom momento para deter-nos a considerar que a Redenção continua a fazer-se no dia a dia, “Cada vez que se celebra no altar a Santa Missa que torna presente o Sacrifício da Cruz, pelo qual se imola Cristo nossa Páscoa, realiza-se a obra da nossa redenção”. (Conc. Vat. II, Lumen gentium).
Por tudo isto, cada Missa possui um valor infinito; os frutos em cada pessoa dependem das disposições pessoais.
Realiza-se também a Redenção, de modo diferente ao que foi dito sobre a Missa, em cada uma das nossas conversões interiores, quando fazemos uma boa Confissão, quando recebemos bem preparados e com piedade os Sacramentos, que são como “canais da graça”…
Em síntese: A Redenção realizou-se uma só vez, mediante a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, e actualiza-se agora em cada homem, de um modo particularmente intenso, quando participa intimamente do Sacrifício da Missa.
Maria Helena Marques
Prof Ensino Secundário
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