Para Joseph Ratzinger a vinda de Deus ao mundo através de Jesus Cristo é uma realidade absoluta. É preciso voltar a reconhecer que a fé dos cristãos é o encontro com algo grande e belo. Só depois se volta a perceber que o ensinamento da Fé seja a chave para compreender esse mistério.
Ratzinger quer "defender uma determinada herança". Tal, fundamentalmente, consiste em manter a "Igreja nas aldeias" e proteger a fé das pessoas simples. No que toca aos seus tratados, não esconde que não se conforma com os conhecimentos básicos de uma paróquia de aldeia. Tem de se alargara a mente, subir cada vez mais alto. O Papa gosta especialmente de fazer o seu voo espiritual com o seu evangelista preferido, São João, o autor bíblico de inigualável poesia e de penetração mística do mundo visível e invisível.
No dia Mundial da Juventude, em Colónia, perante 1,1 milhão de pessoas que participavam na maior Missa alguma vez celebrada na Alemanha, o Papa Bento XVI afirmou - "Quero mostrar o mundo à juventude, quero mostrar que é belo ser cristão. Ser levado por um grande amor e um grande conhecimento não é um fardo, são asas".
Joseph Ratzinger nunca gostou da liturgia semelhante a um show. É sobretudo a palavra "revolução" que desempenha um papel de destaque acentuando "a mudança fundamental do mundo".
"Não são as ideologias que salvam o mundo. A verdadeira revolução consiste em dirigir-se radicalmente a Deus que é a medida da justiça e, ao mesmo tempo, o amor eterno. E o que poderá salvar-nos, a não ser o Amor?"
Depois de uma curta pausa diz aos jovens: "Queridos amigos, descubram a Eucaristia! Ela é, por assim dizer, a divisão molecular no mais íntimo do ser - a vitória do amor sobre o ódio, a vitória do amor sobre a morte. Só a partir desta explosão mais íntima do Bem que vence o Mal se pode desenvolver toda a cadeia de transformações que vai mudando o mundo."
"Como é possível" disse uma vez Ratzinger "que o Homem diga não ao Maior de todos e encerre a sua existência dentro de si mesmo?" A resposta é: "Nunca tiveram a experiência de Deus, nunca tomaram o gosto por Deus, nunca sentiram como é maravilhoso ser tocado por Deus".
Ratzinger chama a isto "entrar em contacto vivo com Deus, com o Senhor Jesus que é que anima a nossa acção", sabendo que a Deus nada é impossível.
Extraído de "Bento XVI visto de perto", Peter Seewald
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