quarta-feira, 12 de maio de 2010

Bento XVI defende "lugar da Ética" na economia Global


1º de Maio, Dia do Trabalhador! Dia de S. José , Operário!


Bento XVI, ao dirigir-se em Roma aos participantes da XVI assembleia plenária da Pontifícia Academia de Ciências Sociais (30 de Abril a 4 de Maio) que se propunham analisar a crise económica mundial à luz dos princípios éticos englobados na doutrina social da Igreja, explicou que a economia deve orientar-se sempre para a busca do bem comum.

Referiu que a queda do sistema financeiro mundial demonstrou a fragilidade do sistema económico actual e das instituições com ele relacionadas. Sublinhou que "em vez de uma espiral de produção e consumo que tem em conta as necessidades humanas estreitamente definidas, a vida económica deveria ser vista como um exercício de responsabilidade humana, intrinsecamente orientada à promoção da dignidade da pessoa, à busca do bem comum e ao desenvolvimento integral - político, cultural e espiritual dos indivíduos, famílias e sociedades".


Citando Caritas in Veritate, o Papa lembrou que a crise nos obriga a rever o nosso caminho, a adoptar novas regra e a encontrar novas formas de compromisso.


A lei moral, parte do grande património da sabedoria humana, foi adoptada pela Igreja para servir de farol que orienta os esforços dos indivíduos e comunidades no sentido de perseguir o bem e evitar o mal; comprometendo-se, simultaneamente, na construção de uma sociedade mais justa e mais humana.


A promoção do bem comum é um dos princípios indispensáveis que visa uma configuração ética integral para a vida económica.


A crise global "deve deixar-nos uma lição", considera Bento XVI que também referiu que "o colapso financeiro em todo o mundo demonstrou a fragilidade do sistema económico actual e das instituições relacionadas com ele".


O Papa reafirma ainda que " o objectivo exclusivo do lucro, quando mal produzido e sem ter como fim principal o bem comum, arrisca-se a destruir riqueza e criar pobreza"


Com o Papa, podemos dizer que temos um grande desafio, que consiste em demonstrar que os princípios da ética social como a justiça, a transparência, a honestidade e a responsabilidade, "podem e devem encontrar lugar dentro da actividade económica normal".


Esperamos que a palavra e o espírito emanados da voz e dos escritos do Santo Padre e de modo particular da Caritas in Veritate, inspire as nações e os seus responsáveis na irrenunciável procura de meios e caminhos para a superação da crise mundial.


Mª Helena H. Marques

Prof.ª Ensino Secundário

Obras de Bento XVI



Antes do Papado:


  1. - La fraternidad cristiana, 1962

  2. Introducción al cristianismo, 1969

  3. Fé e Futuro, 1971

  4. Escatología, 1977

  5. Teoria de los principios teológicos. Materiales para una teología fundamental, 1985

  6. Eschatology, 1989

  7. Mirar a Cristo. Ejercicios de fé, esperanza y amor, 1990

  8. Creación y Pecado, 1992

  9. A Igreja e a Nova europa, 1994

  10. Ser cristiano en la era neopagana, 1995

  11. O sal da terra, 1997

  12. Imágenes de la Esperanza, 1998

  13. Un canto nuevo para el Senor: la fe en Jesucristo y la liturgia hoy, 1999

  14. Dominus Iesus, 2000

  15. In camino pasquale, 2000

  16. João Paulo II, 2000

  17. Dios y el mundo: creer y vivir en nuestra época. Una conversación con Peter Seewald, 2002

  18. Fede, verita e tolleranza, 2003

  19. La comunione nella Chiesa, 2004

  20. Caminos de Jesucristo, 2004

  21. Introdução ao Cristianismo, 2005

  22. Fe, Verdad y Tolerancia: el Cristianismo y las religiones del mundo, 2005

  23. Entrevista com Vittorio Messori, 2005


Durante o Papado:



  1. Lembranças da minha vida, 2006

  2. Jesus de Nazaré, 2007

  3. Deus Caritas Est (encíclica), 25 de Dezembro de 2005

  4. A Família e a Transmissão da Fé

  5. A Revolução de Deus

  6. Spe Salvi (encíclica), 30 de Novembro de 2007

  7. Caritas in Veritate (encíclica), 29 de Junho de 2009

terça-feira, 11 de maio de 2010

Bento XVI - o Papa do III Milénio


Para Joseph Ratzinger a vinda de Deus ao mundo através de Jesus Cristo é uma realidade absoluta. É preciso voltar a reconhecer que a fé dos cristãos é o encontro com algo grande e belo. Só depois se volta a perceber que o ensinamento da Fé seja a chave para compreender esse mistério.

Ratzinger quer "defender uma determinada herança". Tal, fundamentalmente, consiste em manter a "Igreja nas aldeias" e proteger a fé das pessoas simples. No que toca aos seus tratados, não esconde que não se conforma com os conhecimentos básicos de uma paróquia de aldeia. Tem de se alargara a mente, subir cada vez mais alto. O Papa gosta especialmente de fazer o seu voo espiritual com o seu evangelista preferido, São João, o autor bíblico de inigualável poesia e de penetração mística do mundo visível e invisível.

No dia Mundial da Juventude, em Colónia, perante 1,1 milhão de pessoas que participavam na maior Missa alguma vez celebrada na Alemanha, o Papa Bento XVI afirmou - "Quero mostrar o mundo à juventude, quero mostrar que é belo ser cristão. Ser levado por um grande amor e um grande conhecimento não é um fardo, são asas".

Joseph Ratzinger nunca gostou da liturgia semelhante a um show. É sobretudo a palavra "revolução" que desempenha um papel de destaque acentuando "a mudança fundamental do mundo".

"Não são as ideologias que salvam o mundo. A verdadeira revolução consiste em dirigir-se radicalmente a Deus que é a medida da justiça e, ao mesmo tempo, o amor eterno. E o que poderá salvar-nos, a não ser o Amor?"

Depois de uma curta pausa diz aos jovens: "Queridos amigos, descubram a Eucaristia! Ela é, por assim dizer, a divisão molecular no mais íntimo do ser - a vitória do amor sobre o ódio, a vitória do amor sobre a morte. Só a partir desta explosão mais íntima do Bem que vence o Mal se pode desenvolver toda a cadeia de transformações que vai mudando o mundo."

"Como é possível" disse uma vez Ratzinger "que o Homem diga não ao Maior de todos e encerre a sua existência dentro de si mesmo?" A resposta é: "Nunca tiveram a experiência de Deus, nunca tomaram o gosto por Deus, nunca sentiram como é maravilhoso ser tocado por Deus".

Ratzinger chama a isto "entrar em contacto vivo com Deus, com o Senhor Jesus que é que anima a nossa acção", sabendo que a Deus nada é impossível.


Extraído de "Bento XVI visto de perto", Peter Seewald


Quem é o Papa Bento XVI? - II


Um ano depois da ordenação, começou a sua actividade de professor na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Freising, leccionando teologia dogmática e fundamental.

Em 1953, doutorou-se em Teologia com a tese "Povo e Casa de Deus na doutrina de Santo Agostinho". Passados quatro anos, conseguiu a habilitação para a docência com uma dissertação sobre "A teologia da história, em S. Boaventura".

De 1962 a 1965, prestou um notável contributo ao Concílio Vaticano II, como "perito"; foi consultor teológico do Cardeal Joseph Frings, Arcebispo de Colónia.

Continuou a docência em Bonn, em Munster e em Tubinga, de 1966 a 1969. A partir desta data, passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Ratisbona, onde ocupou também o cargo de Vice-Reitor.

A sua intensa actividade científica levou-o a desempenhar importantes cargos ao serviço da Conferência Episcopal Alemã e na ComisTeológica Internacional.

Em 25 de Março de 1977, o Papa Paulo VI nomeou-o Arcebispo de Munchen e Freising e a 28 de Maio recebeu a Sagração Episcopal.

Paulo VI nomeou-o Cardeal no Consistório de 27 de Junho desse mesmo ano.

Participou em 1978, de 25 a 26 de Agosto, no Conclave que elegeu o Papa João Paulo I e, logo em Setembro foi nomeado Enviado Especial ao III Congresso Mariológico Internacional que decorreu em Guayaquil, no Equador. No mês de Outubro, participou também no Conclave que elegeu João Paulo II.

Depois de outras diversas e relevantes funções, o Papa João Paulo II nomeou-o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional, em 25 de Novembro de 1981.

Foi elevado pelo papa João Paulo II à Ordem dos Bispos em 5 de Abril de 1993.

Foi Presidente da Comissão encarregada da preparação do Catecismo da Igreja Católica que, após 6 anos de trabalho (1986/1992), apresentou ao Santo Padre o novo Catecismo.

A 6 de Novembro de 1998, o Santo Padre aprovou a eleição do Cardeal Ratzinger para Vice-Decano do Colégio Cardinalício, realizada pelos Cardeais da Ordem dos Bispos. E no dia 30 de Novembro de 2002, aprovou a sua eleição para Decano.

A 3 de Janeiro de 1999, foi Enviado especial do Papa às celebrações do XII Centenário da criação da diocese de Paderborn na Alemanha.

Na Cúria Romana, foi membro do Conselho da Secretaria de Estado para as Relações com os Estados, para além de outras funções também relevantes, de que destacamos as Comissões Pontifícias para a Interpretação Autêntica do Código de Direito Canónico e para a revisão do Código de Direito Canónico Oriental.


Recebeu oito doutoramentos honoríficos por diferentes universidades entre as quais a Universidade de Navarra e é cidadão honorário de Pentling (1987), Marktl (1997), Traunstein (2006) e Ratisbona (2006). É pianista e tem preferências por Mozart e Bach.


Foi eleito Papa a 19 de Abril de 2005 como 266º Papa, com a idade de 78 anos e 3 dias.


É o 6º ou 7º Papa alemão, desde Vítor II, de acordo com a procedência de Estevão VIII que não se sabe ao certo onde terá nascido, em Roma ou na Alemanha.


O Cardeal Ratzinger é o primeiro Decano do Colégio Cardinalício que foi eleito Papa desde Paulo IV, em 1555 e, é o primeiro Cardeal-Bispo eleito Papa desde Pio VIII, em 1829.


O escudo adoptado por ele tem a forma de cálice que é a mais usada na heráldica aclesiástica (a outra forma é a cabeça de cavalo, adptada por Paulo VI). O campo principal do escudo de Bento XVI é vermelho com ornamentos dourados em forma de "capa" que indica um ideal inspirado na espiritualidade monástica, e mais tipicamente, beneditina, tendo ao centro uma vieira, símbolo de peregrino e encimado por uma mitra simples.

M.ª Helena Henriques Marques

Prof.ª Ensino Secundário